Alunas de Nova Iguaçu participam da Feira Brasileira de Iniciação Científica com projeto inovador

Rio de Janeiro

09.09.2025

Mais uma grande conquista para a rede estadual de ensino. As alunas Isis Lessa Peres, de 16 anos, e Letícia de Oliveira da Silva, de 18, do Colégio Estadual Maria Justiniano Fernandes, de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, representarão o Rio de Janeiro na Feira Brasileira de Iniciação Científica (FEBIC), promovida pelo Instituto Brasileiro de Iniciação Científica, que será realizada de 8 a 14 de setembro em Joinville, Santa Catarina. Durante o evento, elas apresentarão o ‘Papel Biotech’, um projeto inovador, destinado à preservação do meio ambiente. A feira reunirá iniciativas científicas de estudantes de todo o país.

Isis e Letícia criaram um papel biodegradável, com reaproveitamento de cascas de frutas (inicialmente da laranja), visando à redução de desmatamento e de gases tóxicos, ao auxílio da restauração de nutrientes do solo e à reutilização da água da chuva. Mais do que uma ação acadêmica, o projeto tem o objetivo de promover um mundo melhor para as futuras gerações.

Para Letícia, representar o Estado do Rio e a escola pública é motivo de muito orgulho. A aluna da 3ª série do Ensino Médio está confiante na conquista de um troféu e até de uma vaga em feiras de ciência internacionais.

– Minhas expectativas estão imensas. Sempre sonhei em viver essa experiência e agora tenho a felicidade de realizá-la. Só o fato de estarmos entre os finalistas já é motivo de grande alegria, pois superamos muitas etapas até aqui. Tenho certeza de que essa oportunidade será uma grande inspiração para o meu futuro, reforçando minha vontade de seguir na área científica – diz a estudante.

A ideia do ‘Papel Biotech’ surgiu durante uma aula de Biologia, na qual a professora explicou que deste material é possível produzir uma enzima desengordurante. Ou seja, teoricamente, esse papel ao ser descartado, em contato com a água de rios e oceanos, em vez de poluir, ajudaria a limpar. A partir daí, os alunos partiram para a prática. Juntando outros ingredientes, foi feito um bloquinho desse papel.

O professor orientador Gabriel da Silva Miranda, que inscreveu o projeto na FEBIC, está entusiasmado com o trabalho realizado pelos estudantes ao longo de três anos de curso de robótica no Colégio Estadual Maria Justiniano Fernandes. Ele também destaca o crescimento dos jovens nesse período, impulsionados pela metodologia aplicada em sala de aula. 

– Além do desenvolvimento tecnológico, eles realizam pesquisas que são apresentadas em torneios e feiras de iniciação científica. Concorremos com mais de 2.700 projetos de todo o Brasil e alcançamos a final entre os 400 melhores, um marco que comprova a qualidade do nosso trabalho e o potencial dos nossos alunos – ressalta o professor.
 

Espaço para criatividade e inovação

 

A FEBIC é a mais nova aventura da escola da Baixada Fluminense. O evento é um espaço para estudantes apresentarem ideias criativas e inovadoras na forma de projetos científicos. Além de ser um ambiente de integração e troca de experiências entre estudantes e professores, a feira se dispõe a ser uma ferramenta de promoção da cultura científica, da experimentação, da disseminação, da inovação e do uso de novas tecnologias.

– Estou muito feliz por participar da FEBIC 2025 com o projeto ‘Papel Biotech’. Será uma chance incrível de apresentar nossa ideia sustentável, aprender com outros projetos e trocar experiências que possam inspirar e transformar nosso campo de conhecimento – afirma Isis Lessa, que cursa a 2ª série do Ensino Médio na unidade.

Letícia e Isis também integram a Rex Tech, equipe de robótica formada por alunos da unidade, que se consolidou como um dos mais importantes conjuntos do Brasil. Dentre as principais conquistas, o time foi o grande campeão do torneio Missão Impossível e ficou em segundo lugar na disputa Cabo de Guerra, no Roboworld Cup Fira, mundial da categoria, realizado no ano passado.

Adriana Igrejas, diretora-geral do Colégio Estadual Maria Justiniano Fernandes, está animada com a possibilidade de a unidade se tornar uma espécie de celeiro de futuros cientistas do país.

– Eu nem acredito no quanto já conquistamos. Isso tudo é fruto de muito trabalho e dedicação de todos. E pensar que começamos em 2022 com peças usadas de um só kit de robótica, que conseguimos de doação! Já avançamos muito e tivemos vitórias pelo caminho, como campeonatos brasileiros e um mundial. E agora, vejo a autonomia que nossos estudantes ganharam na pesquisa científica e tecnológica – destaca a diretora.

A participação dos estudantes na FEBIC é mais um fruto do trabalho realizado pela rede estadual de ensino, que enche a comunidade escolar de orgulho e motiva a todos para novas iniciativas.

– Este é um projeto muito especial, que trabalha a capacidade de criação, além de toda a questão cognitiva de atenção, de fazer, de acontecer, de dar certo. Esse cenário é muito mais do que um quadro futurista. Ele é inspirador. Estamos vivenciando um momento muito especial para nossa rede, de muito orgulho – exalta a secretária de Estado de Educação, Roberta Barreto.

Foto: Divulgação