“Causos Pantaneiros”  e quebra-torto são temáticas na Escola Estadual Octacílio Faustino da Silva

Mato Grosso do Sul

12.09.2023

A professora da área de Linguagens Jozelaine Serrate da Costa, da Escola Estadual Octacílio Faustino da Silva, que oferta ensino em tempo integral, em Corumbá, com o apoio da equipe escolar do ensino fundamental, realizou na semana passada o projeto “Causos Pantaneiros”, que culminou em um dia com quebra torto, quitutes regionais, como arroz carreteiro e paçoca.

O projeto foi uma interação das áreas de Matemática e Linguagens, houve apresentação de teatro dos causos e finalizou com a explicação sobre o Quebra-torto.

Causos Pantaneiros

Os estudos sobre os Causos Pantaneiros tiveram como base na tese de doutorado do autor Ricard Pieretti Câmara, na área de humanidades do Departamento de Humanidades da faculdade de Filosofia e Letras da Universidade Autônoma de Barcelona cujo tema é: Os causos , uma poética pantaneira é uma obra de vários contadores de causos.Foram 10 contadores de casos de cada canto do Mato Grosso do Sul e cada um conta a sua verdade , com bastante propriedade.Então o que podemos entender por Causos Pantaneiros

Causos pantaneiros são as narrativas orais conservadas e transmitidas pelos moradores da maior planície alagada do mundo, o Pantanal. Essas narrativas são fonte de informação e diversão do povo pantaneiro.

“Nós passamos vídeos sobre o estilo de vida do homem pantaneiro.Como é a vida no campo, seu dia-a-dia e percebemos que a vida dessas pessoas não é fácil diante de tantas dificuldades e obstáculos enfrentados longe de tudo muitas vezes difícil acesso tendo que enfrentar enchentes no Pantanal áreas muito alagadas”, lembra professora Jozelaine.

O peão pantaneiro enfrenta muitos desafios, principalmente quando essas áreas áreas estão alagadas e eles precisam sair em comitiva para levar o gado para regiões mais altas e precisam também enfrentar longas viagens muitas vezes leva até uns 20 dias.Viagens cansativas tanto para os peões funcionários quanto para os animais.

Durante essa viagem cada um tem uma função e a função do peão que prepara a comida de comitiva é ir a frente da equipe e montar acampamento e preparar a bóia como eles chamam.Assim sendo ele leva comida para durar esses dias todos muita carne seca, arroz, macarrão são as principais guarnições alimentos  ate porque não há geladeira  durante o percurso.

“E hoje para encerrarmos esses estudos sobre o homem pantaneiro e causos preparamos um Quebra-Torto que é o café-da-manhã reforçado que os peões pantaneiros comem, geralmente com arroz carreteiro (arroz com carne), lembra diretor Antônio Cesar Coelho Assad.

O termo surgiu a partir das necessidades dos peões pantaneiros de realizar o desjejum ao acordar, ou seja, o ato de “quebrar” (interromper, parar) o “torto” (torto do estômago, a fome). 

Trabalho árduo

A origem do termo foi baseada na vida dos peões que trabalham arduamente durante as comitivas, e ao acordarem, depois de 8 ou 10 horas de sono, eles diziam que o estômago já estava torto de fome. 

Devido às suas atividades, eles precisavam de uma alimentação que tivesse grandes fontes energéticas, ou seja, um café da manhã reforçado e foi aí que o arroz carreteiro se popularizou! 

Esta refeição foi pensada pela praticidade do preparo e nos ingredientes não perecíveis. E por isso, se tornou o prato típico deste momento. Atualmente na região, o arroz carreteiro também pode ser chamado de quebra-torto, em diversas fazendas no Mato Grosso do Sul. Os ingredientes, normalmente, são o arroz, carne de sol e o alho, mas também pode conter outros ingredientes, como o ovo, pimentão e outras fontes.

Adersino Junior, SED

Fotos: Arquivo escolar