Com 60 anos e estrutura renovada, complexo de ensino alagoano oferece ensino, esporte, cultura e lazer

Alagoas

28.05.2018

Texto de Manuella Nobre

Sexagenário, o Centro de Estudos e Pesquisas Aplicadas (Cepa), um dos maiores complexos educacionais de ensino básico do país, está de cara nova. Cai o muro e se abrem as cortinas do complexo à cidade. Ainda mais verde, as instalações foram totalmente recuperadas e modernizadas, fazendo do Cepa mais do que um espaço educacional, mas também uma grande área voltada ao lazer e à cultura para a população do Farol e adjacências.

O complexo foi entregue pelo Governo do Estado à comunidade no início do mês em cerimônia que homenageou seu idealizador, Ib Gatto, e seu patrono, Antônio Gomes de Barros. A secretária de Estado da Educação, Laura Souza, convida a população a se apropriar e, sobretudo, cuidar desse grande presente para os alagoanos.


“Trata-se de um espaço educacional, uma referência no Estado de Alagoas e também no Brasil. Muitos alagoanos ilustres estudaram aqui. Essa obra de reurbanização contempla vários espaços de aprendizagem lúdica, esportivos, de convivência. Isso, acima de tudo, significa um resgate da história do Cepa e da sua importância para Alagoas. Quem passa por aqui durante o dia, nos intervalos das aulas, vê os meninos desfrutando desses espaços, com área verde. É importante falar nesse papel estratégico com Cepa, que conta hoje com quatro escolas de ensino integral. Aqui a gente atende desde os anos iniciais até os finais. E o espaço não é só para a comunidade escolar, mas para toda a população do entorno”, frisa a secretária.

Encantando gerações

Em seu livro “Ao sabor dos ventos e tempestades”, no título que rememora Anísio Teixeira, Ib Gatto Falcão, destacou seus ideais para esse grande complexo, ainda no ano de 2000, conforme relembra seu neto, José Maurício Falcão Breda. Ele fala da alegria de ver a transformação do espaço idealizado pelo avô.

“É uma alegria, em nome de toda a família, presenciar a reestruturação do Cepa, idealizado pelo meu avô na década de 50. É um espaço importantíssimo para o Estado e foi pensado não só para ter prédios, abrigar atividades esportivas e culturais, mas para ser uma universidade de ensino médio em 1950”, afirma José Maurício.

O ex-governador Manoel Gomes de Barros, filho do patrono Antônio Gomes de Barros, também conferiu de perto a nova estrutura. “Eu me sinto extremamente honrado, satisfeito e orgulhoso por ter o nome de meu pai no maior centro educacional de ensino médio da América Latina há 42 anos. De lá para cá, muitas modificações ocorreram, mas, quando entrei aqui, fiquei surpreso com tamanha grandiosidade e recuperação, demonstrando assim a preocupação do Governo em fazer a educação. É uma coisa de primeiro mundo, muito bem estruturada e organizada”, elogia o ex-governador.


Agradecida, a comunidade escolar aprovou os novos espaços. É o que afirmam gestores e alunos do Cepa, dentre eles Joseane Martins, gestora do Moreira e Silva, e a estudante da mesma unidade Myrian Giovanna Viana.

“Essa obra é fundamental, pois despertará ainda mais o interesse dos alunos para estudarem aqui, porque o que vemos aqui hoje nem parece escola de ensino regular, mas uma visão de uma universidade, com uma estrutura que remete à questão da integração da educação das escolas. Muita coisa avançou: a iluminação para quem estuda à noite está bem melhor, os atrativos, os espaços das áreas de lazer, o paisagismo, não só para os estudantes, mas para a comunidade”, declara Joseane.


No caso de Myrian Giovanna, os laços afetivos com o Cepa nasceram ainda na infância, quando acompanhava a mãe Valdenise Viana – hoje diretora-adjunta da Escola Moreira e Silva – nas aulas de biologia. “O que sempre me encantou e continua me encantando no Cepa era a democracia existente: observava muita gente diferente convivendo bem entre si. A partir da 1º série do Ensino Médio eu vim estudar aqui totalmente apoiada por minha mãe, pois ela sabia que aqui eu teria a possibilidade de me expressar, de crescer culturalmente e politicamente também”, revela Myrian.

O que mudou

O projeto de revitalização do Cepa contemplou diversos pontos, tais como: a pavimentação de 10 mil m² de vias, serviços de jardinamento e arborização, acessibilidade - inclusive com aplicação de piso tátil em todas as calçadas -, construção de espaços lúdicos de aprendizagens, um entre as escolas Moreira e Silva e José Correia Titara e outro entre a escola Vitorino da Rocha e o Batalhão Escolar.

Também foram recuperados prédios importantes do complexo, dentre eles o Centro de Formação Ib Gatto Falcão (Cenfor), espaço para alojamento e formações de profissionais da educação, e o Centro de Artes e Mediações Culturais (Camec). Já o Centro de Ciências e Tecnologia de Alagoas (Cecite), área com projetos de fomento e estímulo à iniciação científica, dentre eles o Observatório Astronômico Genival Leite, está em obras.


Para o incentivo ao esporte, além da recuperação de pista interna do Cepa, possibilitando a práticas de corrida e caminhada para a população, a reurbanização recuperou o Centro de Desporto e Recreação Professora Cleonice de Barros Lima (CDR). Foram implantados a coberta e o piso do ginásio; já o parque aquático foi recuperado.

O Cepa foi contemplado ainda com um campo de futebol com medidas oficiais, 45m x 90m, todo em gramado sintético com base do solo natural, e a pista de atletismo foi revestida de saibro.

O convite está feito. À comunidade agora só resta desfrutar.