Conheça as escolas da rede estadual que fazem parte do patrimônio cultural

Escolas Estaduais

18.08.2021

O dia 17 de agosto é marcado pelo Dia Nacional do Patrimônio Cultural, também chamado de Patrimônio Histórico. Atualmente, 13 colégios da rede estadual de ensino funcionam em bens tombados, seja pelo Governo do Estado, por meio da Coordenação do Patrimônio Cultural, ou dentro de conjuntos urbanos tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

São seis instituições na capital e as demais em Paranaguá, Antonina, Ponta Grossa e Lapa, que, além de representar um patrimônio arquitetônico, guardam parte da memória da educação paranaense. Conheça um pouco mais sobre as escolas:

Colégio Estadual do Paraná (Curitiba) — A sede atual do Colégio Estadual do Paraná foi inaugurada no dia 29 de março de 1950 na presença de várias autoridades. O colégio representa a continuidade do tradicional Lycêo de Corytiba, fundado em 1846, sete anos antes da criação da Província do Paraná, em 1853 (trata-se da mais antiga repartição do estado). Na época da sua entrega ao público, era considerado não só o maior colégio da América do Sul, como também o mais moderno, em função dos recursos educacionais e administrativos de que era dotado. Além de sua relevante importância arquitetônica, transformou-se, com o passar do tempo, em destacado marco sociocultural do estado do Paraná.

Instituto de Educação do Paraná (Curitiba) — A instituição foi criada em 12 de abril de 1876, com o nome de Escola Normal. Está localizado no atual prédio (o Palácio da Instrução, na Rua Emiliano Perneta) desde 1922. O imóvel passou por algumas ampliações, mas foram mantidas todas as características originais. A instituição, que é um marco referencial para o ensino no Paraná, ganhou o nome de Erasmo Pilotto em 1992, em homenagem ao professor que lecionou na instituição. Além dele, outra figura de destaque que já passou pelo Instituto foi a poetisa paranaense Helena Kolody, que trabalhou na escola como professora durante 23 anos.

Colégio Estadual Lysímaco Ferreira da Costa (Curitiba) — O Colégio Estadual e antigo Grupo Escolar Lysimaco Ferreira da Costa foi construído na esquina da Av. Iguaçu com a Av. Castro Alves. A obra foi iniciada em setembro de 1943 e concluída três anos depois. Esse projeto é o melhor exemplo da influência da arquitetura neocolonial na construção de escolas em Curitiba. Em 1964, passou a oferecer a Escola Normal, que deu um status ao colégio, pois transformou-se numa das referências na formação de professores. Quanto ao modelo construtivo, incorporou estilos da arquitetura barroca, combinação de referências coloniais brasileiras e elementos da arquitetura religiosa. Assim, mesclaram-se arcadas e balcões para a composição da fachada. O corpo central dessa fachada assemelha-se às fachadas de algumas igrejas e conventos.

Colégio Estadual Doutor Xavier da Silva (Curitiba) — Antigo Grupo Escolar Dr. Xavier da Silva é considerado o primeiro grupo escolar do Paraná. Foi projetado pelo engenheiro civil Cândido Ferreira de Abreu, em 1902. O edifício está implantado no alinhamento predial na esquina das avenidas Marechal Floriano Peixoto e Silva Jardim e simboliza o início do ensino seriado no Paraná e a importância da educação para a República. O edifício foi inaugurado em 10 de dezembro de 1903 e fez parte das comemorações do cinquentenário da emancipação da província do Paraná.

Colégio Estadual Dom Pedro II (Curitiba) — O antigo Grupo Escolar Dom Pedro II foi inaugurado em 24 de fevereiro de 1928. Sua distante localização em relação ao centro da cidade – para a época – não impediu o esmero construtivo. O edifício do D. Pedro II se rivalizou com outros três marcos do período: as escolas normais de Curitiba, de Ponta Grossa e de Paranaguá. Em 1975, o Grupo Escolar Dom Pedro II e o Ginásio Estadual República Argentina se tornaram a mesma escola e, a partir disso, o prédio passou a sediar a Escola Estadual Dom Pedro II. A arquitetura do prédio é bastante eclética, com elementos clássicos e alguns traços mais trabalhados.

Antigo Colégio Estadual Tiradentes/CEAD Potty Lazarotto (Curitiba) — O imóvel entre a rua Presidente Faria (ao lado Passeio Público) e a Praça 19 de Dezembro, no centro de Curitiba, foi sede do antigo Colégio Tiradentes e atualmente é casa do CEAD Potty Lazarotto, que funciona como um centro estadual de EJA (Educação de Jovens e Adultos). O imóvel está tombado dentro de um conjunto de edificações do Centro Cívico consideradas patrimônios históricos do Paraná: Palácio Iguaçu, Praça 19 de Dezembro, Prefeitura Municipal, Casa da Criança, Tribunal do Júri, Palácio da Justiça, Assembleia Legislativa, Tribunal de Contas e Edifício Castelo Branco.

Instituto Estadual de Educação Doutor Caetano Munhoz da Rocha (Paranaguá) — A inauguração ocorreu em 29 de julho de 1927 como Escola Normal de Paranaguá. Para a época, foi considerado um suntuoso edifício com suas vinte e quatro salas de aula e demais dependências. Em 1952, passa à denominação de Escola Secundária Dr. Caetano Munhoz da Rocha (governador que construiu o prédio) e, em 1967, Instituto de Educação, mantendo o nome de seu fundador. O prédio, localizado na Rua João Eugênio esquina com Comendador Correia Jr., expressa o ecletismo e a linguagem neoclássica que caracterizam os edifícios públicos daquele período. O Instituto de Educação de Paranaguá é considerado um dos colégios-modelo do Paraná, além de representar uma parcela da história dessa cidade. Implantado em terreno mais alto que as ruas que o circundam, impõe-se não só pelas suas dimensões, mas sobretudo pela sua qualidade arquitetônica. 

Escola Estadual Faria Sobrinho (Paranaguá) — A Casa Escolar Faria Sobrinho, assim denominada antigamente, teve a sua pedra fundamental lançada em 24 de junho de 1888. Além de abrigar a escola, o prédio também era cedido, sem prejuízo aos educandos, para festas cívicas e exposições. Em 1926, o local foi cedido ao estado pelo município e, no seguinte, foi inaugurada a Escola Normal Dr. Caetano Munhoz da Rocha. O já denominado Grupo Escolar Faria Sobrinho transferiu-se com todo o corpo docente e discente para as dependências escolares anexas à Escola Normal, hoje denominado Instituto Estadual de Educação Dr. Caetano Munhoz da Rocha. No ano de 1939, foi reaberta, passando a funcionar no prédio da Escola Paroquial. Somente em 1942, a Casa Escolar Faria Sobrinho voltou à sua sede de origem, onde permanece até hoje.

Colégio Estadual Regente Feijó (Ponta Grossa) — O Colégio Estadual Regente Feijó foi construído em 1927, na Rua do Rosário. É um importante marco da paisagem urbana da cidade de Ponta Grossa. Situado numa das principais praças da cidade, impõe-se no conjunto pela sobriedade e imponência da sua arquitetura. É uma construção de dois pavimentos, implantada numa esquina, com recuo para uma das ruas. Exemplo do ecletismo da época, possui um repertório simples de ornamentos. 

Centro Estadual de Educação Professor Doutor Brasílio Machado (Antonina) — É uma das escolas mais antigas do estado, inaugurada no dia 15 de agosto de 1885. Chamava-se Casa Escolar Dr. Brasílio Machado de Oliveira, quando este era presidente da província do Paraná. Em 1912, passa à categoria de Grupo Escolar e em 1947 foi instalado o ginásio. Já em 1985, quando de seu centenário, a escola, após passar por uma grande reforma, foi solenemente reinaugurada com a presença de autoridades. O Movimento Pró-Escola Estadual Dr. Basílio Machado foi composto por membros da comunidade e veio ao encontro dos anseios dos moradores e principalmente dos educadores da cidade de Antonina.

Colégio Estadual Rocha Pombo (Antonina) — O Colégio Estadual Rocha Pombo teve sua inauguração em 31 de março de 1939. Seu nome é em homenagem a um grande historiador paranaense da cidade de Morretes. De 1954 a julho de 1959, esteve fechado, e em 1966 foi ampliado, quando passou a funcionar a Escola Normal Mestra Anna Ayrosa. No ano seguinte, passou a se denominar Escola de Aplicação Rocha Pombo. Atualmente, chama-se Colégio Estadual Rocha Pombo.

Colégio Estadual Moysés Lupion (Antonina) — Foi criada em 31 de agosto de 1946, com a denominação de Ginásio Municipal de Antonina, com início das aulas em 1947. Em 1948, o ginásio passou a funcionar nas instalações do Grupo Escolar Rocha Pombo, permanecendo lá até 1951.Em 1950, o ginásio passou de municipal para estadual; dois anos depois, passou a funcionar em sua nova e atual sede, na Avenida Conde Matarazzo. Na mesma década, o ginásio passou a abrigar em suas dependências a 1ª e a 2ª séries da Escola Normal Secundária de Antonina. No fim da década de 70, com uma nova reorganização das escolas estaduais do município, o local passou a ser Colégio Estadual Valle Porto. Em 1991, por vontade da comunidade, o colégio voltou a ter a sua anterior nomenclatura, Colégio Estadual Moysés Lupion - nome do ex-governador responsável pelos envios de verbas para a construção do prédio.

Colégio Estadual São José (Lapa) — O colégio foi fundado em 31 de janeiro de 1906, por solicitação do vigário da paróquia, Monsenhor Lamartini, ao lado das irmãs Madre Maria Antonieta Perrot, Madalena de Jesus Rivet, Ana Magalhães e Judith Cheschim. Em 1938, o estado reconheceu a escola como estabelecimento de ensino com o nome de Colégio São José. Em 1949, foi pedido o funcionamento do curso ginasial e, assim, o colégio passou a ser Ginásio São José. No final de 1981, devido a inúmeros problemas , principalmente o número reduzido de irmãs educadoras, o Colégio São José encerrou suas atividades; contudo, o governo comprou o imóvel em 23 de agosto de 1982. De 1982 a 1992, diversas instituições estaduais se alojaram no imóvel, como Inspetoria Estadual de Ensino, Acarpa, Naes (Núcleo Avançado de Estudos Supletivos), IAP (Instituto Ambiental do Paraná), Escola Estadual Barão do Rio Branco, até passar a ser Colégio Estadual São José, por ocasião do tombamento da Lapa pelo Iphan. O colégio fica Rua Barão do Rio Branco, 1453, no centro da cidade.