Delegação desembarca em São Paulo para as Paralimpíadas Escolares 2021

Sergipe

23.11.2021

A delegação sergipana desembarcou na noite desta segunda-feira, 22, na capital paulista para participar das Paralimpíadas Escolares 2021, depois de um hiato de quase dois anos longe das competições em razão da pandemia. O Governo de Sergipe leva ao Comitê Paralímpico Brasileiro uma delegação composta por 55 pessoas, 31 das quais são paratletas, estudantes matriculados na Rede Pública de Ensino de Sergipe; 10 acompanhantes; um médico; três técnicos; e 10 pessoas que formam as demais áreas técnicas e de apoio. Sergipe participa da competição em três modalidades: paratletismo, paranatação e vôlei sentado.  

A cerimônia de abertura acontecerá na noite desta terça-feira, 23, no Anhembi, de forma presencial com apenas duas pessoas por Estado, cuja transmissão ao vivo será por meio dos canais do Youtube e Facebook do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), a partir das 19h. Ao todo, a competição contará com 902 paratletas de 25 unidades da federação, com exceção de Alagoas e Minas Gerais. Durante a solenidade presencial de abertura a bandeira de Sergipe será levada pela paratleta Helena Carrilho, aluna da Escola Estadual Senador Leite Neto, acompanhada da superintendente Especial de Esporte do Estado de Sergipe, Mariana Dantas. 

Segundo a gestora Mariana Dantas, o paradesporto em Sergipe é fortalecido em todas as modalidades e se destaca no paratletismo, paranatação, parabadminton, vôlei sentado e outras modalidades desenvolvidas com entidades parceiras. “Estar aqui hoje é motivo de muita alegria depois de tempos tão difíceis que nós passamos. Estamos superando e trazendo essa delegação grandiosa aqui para São Paulo, pois Sergipe vem desenvolvendo um trabalho muito bom no paradesporto. Inclusive, segundo dados da Secretaria Nacional do Paradesporto, nós somos uma das poucas Secretarias de Estado do país a ter um setor específico para tratar do paradesporto, motivo pelo qual nos orgulhamos muito porque damos uma atenção muito especial ao público-alvo presente neste evento”, relatou a superintendente. 

A chefe da delegação sergipana, Francine Mocelin, chegou a São Paulo um dia antes da delegação para alinhar os últimos ajustes com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), entidade organizadora das Paralimpíadas Escolares, a fim de garantir a plena segurança e conforto dos paratletas sergipanos. “Nossa delegação veio a São Paulo em duas equipes: a primeira aos cuidados do assistente de chefe de delegação, Eduardo Perlira, a qual chegou a São Paulo às 18h15; e a segunda, aos cuidados de Aline Carvalho, às 20h25. Todos foram recepcionados no aeroporto pela equipe do receptivo das Paralimpíadas Escolares, e conduzidos para o hotel onde estão hospedados. Agora, estamos aguardando o início das competições no dia 24, com foco na tão sonhada Bolsa Atleta, além de levarmos grandes resultados para nosso Estado”, disse.

Todos os 31 paratletas foram avaliados pelo médico da delegação, Dr. Byron Emanuel Ramos, e um relatório médico atesta as condições plenas de cada um para competir. “Dentro da concepção do relatório do estado físico dos paratletas eu atesto que eles têm condições para competir. Emocionalmente, sabemos que eles ficam estressados e preocupados porque querem levar medalhas para casa. Já é um grande desafio para todos nós e principalmente para eles que estão em fase de desenvolvimento. E o fato de estarem presentes numa paralimpíada supera inclusive os preconceitos. Quanto maior for essa luta e essa superação, eles ficarão mais eficientes, e essa eficiência acontece justamente quando eles se empoderam da sensação de que podem fazer”, destacou. 

Willian Matheus Oliveira Leite é um adolescente paratleta que estuda no Centro de Excelência John Kennedy, localizado no Bairro Getúlio Vargas, em Aracaju. Na infância, foi diagnosticado com mielomeningocele, nome dado a uma falha no fechamento do tubo neural, estrutura que origina a medula e o cérebro no embrião, o que ocasionou a paralisia dos membros inferiores. Ele encontrou na paranatação um espaço para cuidar da saúde física e mental, consequentemente um ambiente propício para vislumbrar uma profissão, fazendo o que muito gosta. 

“A natação é um lugar que eu tenho como refúgio para ficar mais tranquilo, pois gosto muito do esporte, e ela veio para me ajudar em todas as ocasiões. Estou muito ansioso porque é a minha primeira competição, mas venho de um preparo psicológico com meus amigos, professor, além de ter treinado bastante para relaxar e quando chegar a hora fazer o que eu aprendi”, mencionou o paratleta Willian Matheus. Ele está em São Paulo acompanhado da avó Wilma Araujo Menezes, que se orgulha de conviver com a transformação proporcionada pela natação, que há muito tempo vê acontecer dentro do seu núcleo familiar.

“Eu tive um filho que nadou muito na época em que estudava, e agora com meu neto é uma experiência nova porque é uma batalha, e todos os paratletas são muito guerreiros. Eu acompanho diariamente os treinos de Willian, vejo a dedicação do professor, e é muito bonito o trabalho de todos os técnicos que estão aqui com essas crianças e adolescentes. Eu me sinto privilegiada de participar deste momento porque via na televisão, e achava uma coisa muito distante. Mas a partir do convite do professor Ivan estou aqui. Como avó, aproveito para conversar com as mães para manter o incentivo mesmo diante das dificuldades; e quem já tem mais experiência está passando para mim, porque é uma experiência diferente da que eu tive com meu filho”, concluiu Wilma. 

Assista ao vivo a cerimônia de abertura das Paralimpíadas Escolares:https://www.youtube.com/c/cpboficial/featured