Bahia
27.11.2020
                                
                                                        
                            
                        A Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC), ao longo deste mês em
 que se celebra o Dia Consciência Negra, vem realizando uma série de 
ações voltadas para o Novembro Negro. Nesta sexta-feira (27), educadores
 e representantes da comunidade LGBTQIA+ dialogaram sobre o tema 
"Educação para as relações étnicos-raciais e diversidade". A atividade, 
realizada em parceria com a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos  e 
Desenvolvimento Social (SJDHDS), foi transmitida no canal do YouTube da 
SEC (Educação Bahia) e pode ser conferida através do link encurtador.com.br/ekOVX.
	
	O coordenador de Políticas LGBT da SJDHDS, Gabriel Teixeira, ressaltou a
 importância de se discutir a temática. "O Novembro Negro na diversidade
 se propõe a provocar a população em sua inteireza a participar do 
enfrentamento das discriminações e violências na interseccionalidade 
destas pautas. Algo urgente na atualidade. A construção conjunta entre 
secretarias de Estado, educadores e a sociedade civil vem resultando em 
ganhos significativos, contribuindo para o enfrentamento ao preconceito e
 o fortalecimento dos direitos destas diversas identidades".
	
	Segundo o conselheiro estadual LGBT, Ermeval da Hora, que representa o 
Movimento Negro Unificado (MNU), uma parcela significativa do público 
LGBT tem sido constantemente alvo de desrespeito, intolerância, 
perseguição, discriminação e violência. "É necessário resgatar e 
investir no caráter transformador, tal como defendido por Paulo Freire, 
para conquistar a dignidade, a igualdade e a liberdade da população 
LGBT. Para tanto, é preciso um conjunto de posturas, ações e políticas 
educacionais que garantam uma educação de boa qualidade. Ações voltadas à
 garantia da educação como um direito da população LGBT deve se 
compreender o acesso à permanência respeitosa deste segmento das 
instituições educativas".
	
	O educador e mestre em História Social, Bento Chastinet, afirmou que a 
educação é um motor de transformação da realidade social. "A prática 
permite que seja posta e discutida na ordem do dia, nos espaços 
escolares, questões étnico-raciais e de gênero, bem como fomenta um 
olhar problematizador sobre a realidade material dos sujeitos, além de 
ser um aspecto que nuança o quanto a cidadania insiste em não caber em 
pessoas que fogem ao pressuposto natural e, por consequência, 
experenciam as margens. Uma educação que se acredite urgente, inclusiva e
 que tensiona os paradigmas se tornara libertadora para a comunidade 
LGBTQIA+".
	
	A professora, atriz e arte-educadora, Xan Marçall contou que tem 
realizado, a partir de uma coletividade, mudanças micropolíticas, 
insurreições subjetivas, por meio da arte, a partir das imagens que 
somos estimuladas a perseguir. "Este estímulo sensorial é a primeira 
apreensão que temos do mundo. Quais imagens povoam nossas cabeças-mundos
 e quais imagens construímos o mundo? Eu tenho acreditado cada vez mais 
que epistemologias negras, indígenas e trans apontam esse mundo possível
 de novas imagens", destacou.
	
	A live, mediada pela diretora de Currículo, Avaliação e Tecnologias 
Educacionais da SEC, Jurema Brito, também contou com a participação da 
educadora Alice Furbino.