Um projeto que trouxe uma grande repercussão para o Colégio Estadual Professora Eliacena Moura Leitão (Cepeml), localizado em Novo Acordo, está sendo o Circuito Biotec, que está em sua segunda edição. Entre as atividades, estão rodas de conversas; plantio de mudas e exposições de temas, como produção de bioplásticos; criação de horta hidropônica; viveiro de mudas; reflorestamento da mata ciliar e experimentos sobre o clima e inovações, utilizando a robótica para a produção de protótipos de combate a queimadas e a focos de dengue.

A abertura do II Circuito Biotec aconteceu no último dia 7, com a roda de conversa sobre a Conservação da Biodiversidade Tocantinense, e contou com a participação do professor e coordenador do evento Alexandre Cordeiro Ascenso, que trouxe contribuições sobre o papel ecológico das serpentes e a necessidade de superar preconceitos para a manutenção dos ecossistemas. Também, teve a participação do professor Fernando Pelicice, da Universidade Federal do Tocantins (UFT), que apresentou dados importantes sobre a devastação do cerrado pelo desmatamento e a formação de barragens, possibilitando uma reflexão acerca de seus impactos socioambientais. E a professora Polyanni Dallara, do Instituto Federal do Tocantins (IFTO), completou o painel apresentando as experiências e resultados dos projetos Roraima Silvestre, Tucãtins Silvestre e Sertão Silvestre, destacando a importância de ações de educação ambiental para a conservação do cerrado.

“A realização desta roda de conversa, logo na abertura do Circuito, representou um marco para a comunidade escolar de Novo Acordo. A parceria firmada entre duas instituições federais de ensino superior, a UFT e o IFTO, e uma escola pública estadual representa um movimento fundamental para a democratização do conhecimento científico. O evento proporcionou o acesso direto de estudantes e da população local a debates científicos de alto nível, aproximando a pesquisa acadêmica de ponta com a realidade do ensino básico e fortalecendo o papel da escola pública, como um polo de transformação social e de difusão científica na região”, explicou o professor Alexandre.

Programação 

Ao longo da semana, acontecem diversas atividades, entre elas, será realizada de forma paralela, a Gincana da Matemática. A culminância do Circuito Biotec será no dia 13, em que os estudantes vão participar de um plantio de mudas no córrego Brejão, e no período da tarde, serão compartilhados os resultados dos trabalhos de pesquisas e estudos realizadas na sala de aula ao longo do ano letivo. Os trabalhos são voltados para a produção de bioplástico e potenciais substitutos ao plástico; a criação de uma horta hidropônica com sistema automatizado de regulação de pH; um viveiro de mudas de espécies de plantas nativas, direcionado ao reflorestamento da mata ciliar do córrego do município; e experimentos sobre clima e inovação, com o uso da robótica para produção de protótipos de combate a queimadas e a focos de dengue.

Além disso, uma participação especial da Secretaria Municipal de Saúde de Novo Acordo, que fará atendimentos aos estudantes com testes de glicemia e tipagem sanguínea; de uma empresa de reciclagem, que abordará o trabalho de reciclagem que está sendo realizado no município e haverá a exibição de uma coleção didática do projeto “Jovens semaforontes”, este realizado em 2024, em parceria com a UFT. 

A estudante Stephane Kawyne Soares Batista, da 2ª série do ensino médio, fala sobre suas aprendizagens com a participação no circuito. “Gostei muito da palestra e acho muito interessante trazer esses assuntos para os estudantes. O ponto principal que mais me chamou a atenção foi que as cobras não contêm pálpebras e algumas espécies são estudadas para desenvolver medicamentos. Por fim, eu acho fundamental a continuação de palestras nas escolas abordando sobre esse tema”, frisou.

A aluna Sabrina Novais de Macedo, da 3ª série do ensino médio, destacou a dinâmica de ensino ministrada pelo professor Alexandre. “Eu gosto da forma como o professor Alexandre nos conecta com diversas pessoas e áreas de pesquisas. Os conteúdos ministrados na roda de conversas nos trouxeram muitas curiosidades interessantes, uma delas foi sobre as cobras, eu aprendi mais sobre esses animais. Da mesma forma, o assunto abordado pelo Fernando que, apesar de estar falando do cerrado, me trouxe alerta e conhecimento acerca da destruição do bioma, me levando a repensar no que apoiarei em um futuro próximo. Por fim, a divulgação da professora Polyanni, que nos mostrou as diversas técnicas de registro de animais que fizeram em Formoso do Araguaia. O que mais me chamou atenção foi a forma que eles encontraram do equilíbrio entre fomentação da economia indígena e a preservação da biodiversidade”, ressaltou a estudante.

As atividades do circuito mobilizam a escola, além dos trabalhos que serão apresentados, os estudantes participam de dinâmicas, de jogos e de discussões de textos científicos. 

Edição: Ana Luiza da Silva Dias/Governo do Tocantins

Revisão Textual: Abrão de Sousa/Governo do Tocantins

 Joselia de Lima/Governo do Tocantins