Escola rural de Sergipe inicia projeto Horta Inovadora

Sergipe

16.07.2021

A Escola Estadual Rural Educador Paulo Freire, localizada no povoado Quissamã, em Nossa Senhora do Socorro, iniciou na manhã desta quinta-feira, 15, o projeto Horta Inovadora. A ação é feita em parceria com a prefeitura do município, por meio das secretarias municipais de Agricultura e do Meio Ambiente, e visa levar aos alunos um maior conhecimento sobre o plantio de mudas, além de ampliar o aprendizado deles em todos os componentes curriculares, a partir da experiência com a terra.

Em um terreno ao lado da escola, os alunos orientados pelas professoras e equipe diretiva fizeram o plantio de mudas de frutas e hortaliças, momento em que puderam aprender um pouco em relação a essa atividade que já faz parte do cotidiano deles. A diretora Deuzete Feitosa de Meneses explicou que a maioria dos estudantes da escola, cerca de 30 alunos do ensino fundamental, é formada por filhos de agricultores das comunidades local e vizinha. “Todos já são da região, e essa questão do plantio já faz parte da realidade deles, mas muitos ainda não sabem a importância que isso tem. Queremos transformar esse espaço em uma biblioteca a céu aberto. Além de plantar, os alunos também terão palestras de educação ambiental e orientações de como cultivar as plantas”, explicou.

Ainda durante o ato simbólico do início do projeto, foi realizada a assinatura da parceria com a Prefeitura de Nossa Senhora do Socorro, com a presença dos secretários municipais. Para David Lopes Fernandes, secretário de Agricultura de Nossa Senhora do Socorro, “Quissamã é a área mais agrícola do município, e os alunos são filhos de agricultores. O projeto vai iniciar um trabalho de educação ambiental e desenvolver nessas crianças o conhecimento da agricultura”. A mesma opinião foi compartilhada por Samir Souza Felipe, secretário de Meio Ambiente de Nossa Senhora do Socorro. “Eles vão ter noção de como trabalhar os alimentos, e a gente soma a esse projeto à educação ambiental, mostrando a importância de evitar o descarte de materiais, saber de onde vêm os alimentos, desenvolver neles a consciência de que não se pode poluir e agredir o meio ambiente”, disse.

Acácia Daniel, coordenadora do Núcleo de Educação no Campo (Necam/Seduc), destacou que o projeto vai envolver a escola e toda a comunidade rural. “Os alunos já têm uma vivência com a terra; os seus pais já trabalham com hortaliças e com frutas. Eles vão aprender conteúdos que serão trabalhados a partir da experiência que está sendo desenvolvida, que é a horta interativa. Esta ação vai trabalhar todas as questões que são importantes para o conhecimento dos alunos”, afirmou. Estiveram presentes, na ação, as representantes da Diretoria Regional de Educação 8 (DRE 8): Valéria Guedes Lopes, Isabela Chagas e Raquel Dias.

Experiência

Coentro, alface, cebolinha, entre outras hortaliças e frutas, além de sementes de árvores, como o pau-brasil. Esses são alguns exemplos de mudas plantadas pelos alunos na manhã desta quinta-feira, 15, dando início ao projeto “Horta Inovadora”, cuja duração, segundo o termo de parceria assinado, será de no mínimo três anos. A professora Juliana Alves Tavares Dias, que trabalha na escola, enfatizou a importância dessa ação. “As crianças já estão envolvidas em seu dia a dia com plantações e com hortas em suas casas. Trazendo isso para dentro da escola, a gente pode trabalhar os componentes curriculares alinhados a essas habilidades. Isso traz um ganho não só na prática, mas também com o aprendizado. O projeto vem para alavancar essa prática dentro da escola”, declarou.

A professora voluntária Jucilene Santos do Nascimento, que está auxiliando na concretização do projeto, afirmou que essa experiência vai enriquecer mais ainda a cultura das crianças. “Elas precisam ter esse resgate histórico de trabalhar com a terra, o que é da cultura e da realidade deles. É um projeto enriquecedor. Muitos pais têm quintais coletivos e produtivos, e as crianças já são engajadas nisso. E na escola, elas verão a importância de se trabalhar uma horta para que eles possam ter o seu próprio alimento orgânico e mais saudável.

A aluna Fabiana Souza Rosa, do 3º ano do ensino fundamental, estava animada com a experiência de plantar mudas. “Estou achando muito bom, e o local está ficando bonito. Na minha casa, meus pais já trabalham com isso, e estou gostando de aprender a mexer com a terra para comer alimentos melhores, como saladas e verduras”, disse.