Estudantes apresentam projeto que revela o cotidiano do negro na sociedade

Mato Grosso

07.12.2022

O negro na sociedade, ilustrado no contexto urbano por meio de imagens, da música, do teatro, além de vídeos, palestras e desfiles foi o tema do ‘Projeto Consciência Negra’, realizado por estudantes da Escola Estadual Domingos Briante, em São José do Rio Claro. O evento aconteceu nesta terça-feira (06.11) e coroou o protagonismo estudantil com a presença dos 570 alunos do 9º Ano do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, do matutino ao vespertino.

“O foco do nosso projeto político pedagógico é trazer reflexões acerca de como o negro se vê na sociedade e, principalmente, realizar uma análise entre os estudantes concernente a questão étnica racial no ambiente escolar”, assinala a gestora da escola, Lucineia Gouveia dos Anjos.

Para a estudante do 3º Ano do Ensino Médio Maria Eduarda Ramires, os projetos realizados na escola foram essenciais para que ela se percebesse enquanto mulher negra. “No projeto Cabelo e Identidade (um dos projetos desenvolvidos na escola) percebi que meu cabelo não era feio, que não era feia e tomei a decisão de assumir meus cachos. Isso foi libertador”, comemorou.

Para as professoras de Língua Portuguesa, Neide Lopes dos Santos Silva e Rosimeire da Cunha Scarpat, que estiveram à frente do projeto, a finalização dos trabalhos é o resultado de bons diálogos, vivências e experiências entre os estudantes. “Acredito que as apresentações retratam, de uma certa forma, anseios e angustias”, comentou Neide. Já para a professora Rosimeire, o projeto faz com que os estudantes possam fazer reflexões que são muito além do ambiente escolar.

Em um entrelace entre as disciplinas, a professora de Geografia Adriana Oliveira Barros Castanha avalia como além das expectativas o desempenho dos estudantes em realizar as pesquisas para o projeto. “É gratificante perceber a vontade em saber mais sobre tudo que aconteceu, desde a retirada de um povo do seu continente até os dias atuais”, ressaltou.

O mesmo entendimento tem o professor e Filosofia, Felipe da Cruz Miranda, pois, é preciso que o diálogo sobre as questões étnicas raciais estejam sempre presente no ambiente escolar para a construção de uma sociedade justa e igualitária. A professora de língua Portuguesa Madalena Regina Parreão Garcia e a professora de História Janine do Socorro Paixão dos Santos, também não mediram esforços em orientar os seus estudantes para desenvolverem o projeto. “É sempre uma satisfação mediar o conhecimento dos nossos estudantes e concluir que a aprendizagem acontece de diversas formas, visível em cada apresentação, comenta Madalena.

A equipe gestora formada pela diretora Lucineia e pelos coordenadores Jeverson Leandro da Silva e Marcio Castanha, além do secretário José Ferreira de Lima, celebram com alegria os resultados práticos. “É motivador perceber que as diversas formas de se expressarem, através do projeto, proporcionam mudanças de comportamento e atitudes entre nossos alunos e consequentemente na sociedade, ressalta a diretora.