Estudantes da Escola Ada Teixeira transformam combate à dengue em aprendizado científico e criativo

Mato Grosso do Sul

23.10.2025

Na Escola Estadual Ada Teixeira, em Campo Grande (MS), ciência e cidadania caminham juntas. Inspirados pelo desafio de compreender e combater o mosquito Aedes aegypti — transmissor de doenças como dengue, chikungunya e zika —, estudantes do 1º ano do Ensino Médio mergulharam em um projeto que uniu investigação científica, produção artística e educação híbrida.

Orientados pela professora Maria Helena Pereira Vieira, os alunos desenvolveram o estudo “O Mosquito Aedes aegypti na Escola Ada Teixeira: fazendo ciência e fomentando a educação híbrida”, que resultou em experimentos, modelos tridimensionais e fanzines criativos apresentados durante a Feira de Iniciação Científica da Escola Ada Teixeira (FICA 2025).

O objetivo principal foi monitorar a presença do mosquito no ambiente escolar, compreender seu ciclo de vida e conscientizar a comunidade sobre medidas preventivas. A proposta dialoga diretamente com a realidade local: Campo Grande registra, anualmente, altos índices de casos das doenças transmitidas pelo vetor.

As atividades envolveram coleta de larvas, observação em laboratório, e a confecção de armadilhas e protótipos do mosquito utilizando sucatas e materiais recicláveis. No laboratório, os estudantes puderam acompanhar cada fase do inseto — dos ovos ao adulto —, entendendo seu comportamento e as condições que favorecem sua reprodução.

Além da pesquisa prática, a turma produziu fanzines ilustrados, que retratam o ciclo de vida do Aedes aegypti e trazem mensagens de conscientização sobre o combate ao mosquito. O material será utilizado em ações educativas dentro e fora da escola, e alguns exemplares já foram destinados à Escola Estadual São Francisco, também em Campo Grande, como parte de uma ação itinerante de prevenção.

A professora Maria Helena explica que o projeto foi planejado com base nos princípios da educação híbrida, integrando aulas presenciais e atividades digitais, além de promover a aprendizagem colaborativa. “A ideia foi permitir que os alunos vivenciassem a ciência de forma ativa, usando metodologias participativas e relacionando o conteúdo com a realidade de sua comunidade”, destaca.

A diretora da Escola Estadual Ada Teixeira também celebra os resultados do projeto, que extrapolou os muros da escola e despertou o interesse da comunidade.

A experiência demonstra como a educação científica pode ser significativa quando conectada à vida real. Ao final, os estudantes apresentaram seus experimentos, modelos e produções literárias na FICA 2025, encantando visitantes e reforçando o compromisso da escola com a inovação e a responsabilidade social.

Mais do que um trabalho escolar, o projeto da Ada Teixeira é uma lição de cidadania. Mostra que quando a escola valoriza o protagonismo juvenil e alia teoria à prática, ela forma estudantes curiosos, criativos e conscientes de seu papel na sociedade — verdadeiros multiplicadores do conhecimento e da sustentabilidade.

Texto: Jackeline Oliveira, SED

Fotos: Arquivo escolar