Bahia
23.10.2025
Na abertura da 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), nesta quarta-feira (22), a exposição de quatro projetos de estudantes da rede estadual representaram o trabalho de cunho científico que é realizado nos colégios estaduais, ao longo do ano letivo. Maior evento de popularização científica do Brasil, a SNCT foi inaugurada no Auditório Zezéu Ribeiro, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador, com as presenças do governador Jerônimo Rodrigues, do vice-governador Geraldo Jr. e dos secretários estaduais da Educação, Rowenna Brito, e de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcius Gomes, entre outras autoridades.
Esta edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que segue até domingo (26), traz como tema "Planeta água: cultura oceânica para enfrentar as mudanças climáticas no meu território". Além de Salvador, a programação acontece em diversos municípios baianos, como Camaçari, Itaparica, Juazeiro e Lençóis, contemplando ações em diferentes territórios de identidade com o objetivo de fortalecer a interiorização e popularização da ciência no Estado, conforme a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado (SECTI), coordenadora do evento na Bahia.
Durante o evento, o governador Jerônimo Rodrigues deu posse ao Comitê Intersetorial PopCiência Jovem, bem como lançou a quarta edição da Revista Bahia Faz Ciência e o edital do Prêmio Bahia Faz Ciência de Jornalismo. “A Semana Nacional de Ciência é um alerta para que as escolas, desde as creches até as universidades, promovam ciências para a gente poder fortalecer o Brasil enquanto um país da ciência. A Bahia é um Estado que está estimulando, favorecendo e fortalecendo a ciência. Quero conclamar os colégios e as universidades particulares, assim como toda a rede pública municipal, a seguirem o que nós estamos fazendo com a rede estadual com a realização de eventos para discutir a ciência e constituindo equipamentos que estabeleçam uma relação de conhecimento científico”, disse.

Ciências na Educação Básica
Instituída em 2004 pelo presidente Lula, a SNCT mobiliza universidades, institutos, escolas e comunidades em todo o Estado, promovendo aproximação da ciência com a sociedade. A secretária estadual da Educação, Rowenna Brito, destacou a produção de ciência, tecnologia e inovação na Educação Básica na rede estadual que, na abertura, foi representada pelo Colégio Estadual da Bahia – Central, pelo Colégio Estadual de Tempo Integral José Dias de Sales e pelo Centro Estadual de Educação, Inovação e Formação da Bahia Mãe Stella (Ceeinfor).
"Eu só acredito na Educação Básica que tenha a capacidade de transformar a vida dos estudantes, e é isso o que a gente está fazendo no Estado da Bahia. Em todas as páginas da nova edição da Revista Bahia Faz Ciência, lançada aqui, hoje, registram projetos de estudantes da rede estadual. É ciência, tecnologia e inovação produzidas na escola pública, com professores, coordenadores pedagógicos e gestores dedicados”, disse a secretária Rowenna Brito, destacando ter sido “mais uma decisão acertada do governador Jerônimo ao fazer da escola pública um lugar de fazer ciências”.
Rowenna Brito ressaltou, ainda, que, na Bahia, já são 690 unidades escolares de educação integral, com espaços para os estudantes produzirem ciências. “Além disso, já temos 400 professores bolsistas nos clubes de ciência para a gente poder valorizar a produção de ciência dos nossos docentes da Educação Básica. Recentemente, tivemos um grupo de estudantes da Educação Básica voltando da Colômbia, onde apresentaram a produção das nossas escolas estaduais”, relatou, acrescentando que a Secretaria da Educação do Estado publicou um edital para 200 projetos de internacionalização dos projetos de pesquisa dos estudantes da rede estadual. “A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, aqui na Bahia, é para a gente reafirmar o nosso compromisso com a pesquisa, com a inovação, em cada canto dessa Bahia”.

Estudantes na SNTC
Melissa Reis Bueno e Isabela Silva Costa de Souza, estudantes do curso técnico em Informática do Colégio Estadual de Tempo Integral José Dias de Sales, sob a orientação da professora Vanessa Felisberto, apresentaram o projeto “Do litoral à mesa”. “Com este trabalho, a gente tem o intuito de conscientizar crianças e jovens sobre os impactos que a poluição do litoral tem causado tanto na vida humana, quanto animal, afetando bastante o ecossistema. Através de um jogo, que foi uma inspiração do Clube de Ciências da nossa escola, trazemos, de forma lúdica, esse aprendizado sobre o impacto que a poluição tem tido nas nossas vidas, no nosso cotidiano”, explicou Isabela. A colega Melissa falou sobre a importância de participarem da SNCT. “Apresentar nosso projeto em um evento nacional de tanto peso não é qualquer coisa. Estou muito feliz de estar aqui, contribuindo com o nosso projeto na conscientização das pessoas”.
As estudantes Ester Marciel de Jesus e Camille Santana Rodrigues, do curso técnico de Hospedagem do Colégio Central da Bahia e autoras do projeto “E-papel: uso de fibra de coco para fabricação de papel sustentável”, também comentaram sobre a importância do trabalho e da participação na SNCT. “Estarmos aqui é enriquecedor demais, porque vamos agregar conhecimentos para os nossos estudos e para nossas carreiras futuras. Estou muito feliz por esta oportunidade. Espero que seja a primeira de muitas outras”, disse Ester. “Nosso projeto foi elaborado com o objetivo de minimizar duas problemáticas: o descarte inadequado de coco verde e a fabricação de papel industrial a partir do desmatamento e outras formas não sustentáveis. Daí surgiu a ideia de um produto que fosse sustentável e de baixo custo. Assim surgiu o e-papel”, resumiu.
O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado, Marcius Gomes, falou sobre a importância do debate sobre a cultura oceânica e tecnológica no Estado que tem a maior faixa litorânea do país, com 1.183 quilômetros de costa. “O tema que nos provoca este ano nos traz reflexões importantes. Mas a gente não pode esquecer que, para além da questão do litoral rico e amplo da Bahia, tem outras questões. Ou seja, a abordagem da cultura oceânica ultrapassa o ambiente marinho, abrangendo também a preservação de rios, o combate à desertificação e o uso sustentável dos recursos naturais”, afirmou, frisando que, ao integrar as discussões à realidade dos 27 Territórios de Identidade da Bahia, a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia valoriza os saberes locais e fortalece o protagonismo das comunidades no enfrentamento dos desafios ambientais.
Claudia Lessa - Ascom/SEC
Crédito Fotos: André Fofano