Estudantes de duas escolas estaduais de Sergipe são finalistas da Olimpíada Nacional em História do Brasil

Sergipe

21.06.2021

Estudantes dos colégios estaduais Severiano Cardoso, em Boquim, e Cícero Bezerra, em Nossa Senhora da Glória, são finalistas da 13ª Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB), projeto realizado pelo Departamento de História da Universidade de Campinas (Unicamp), direcionado aos alunos do 8º e 9º anos do ensino fundamental e do ensino médio das redes públicas e particulares do país. Ao todo são 415 grupos de 99 cidades de todos os estados do país que irão concorrer a medalhas de bronze, prata e ouro em uma cerimônia online que foi adaptada pelo segundo ano devido à pandemia do novo coronavírus.

Na fase final da ONHB, Sergipe é representado por 10 equipes formadas por estudantes e professores orientadores. São eles: dois grupos de escolas estaduais; quatro grupos do Instituto Federal de Sergipe (IFS) - Campus Lagarto; e quatro grupos de escolas particulares também localizadas em Lagarto. Foram realizadas seis fases online com duração de uma semana cada. A prova para os finalistas será realizada no dia 16 de agosto, e a cerimônia de premiação virtual ocorrerá em 12 de setembro.

O professor Carlos Roberto Santos Maciel, do Colégio Severiano Cardoso, destacou a importância da conquista. “O principal motivo da nossa participação é o grande aprendizado adquirido. Mas não é fácil se classificar para a final. Participamos há três anos das olimpíadas e sempre ficamos na semifinal. Este ano conseguimos avançar para a final. Para nós oriundos de escola pública é um grande feito, e mostra que há grandes talentos na rede pública de educação e que precisam ser descobertos. Estamos muito felizes em poder representar nosso estado, nossa escola e todas as escolas públicas nessa final”, celebrou.

A aluna Yasmin Costa Pereira, que faz parte da equipe do Severiano Cardoso, juntamente com Rayssa de Jesus Simões Santos e Suzana Trindade Silva Santos, explicou que participar da olimpíada é sempre uma grande aventura, “porque não é só ir lá e marcar uma alternativa, sabe? Nós passamos horas e horas, muitas vezes chegando a madrugar pesquisando, lendo material, debatendo e tentando ouvir o máximo possível de opiniões; e todo esse processo, apesar de cansativo, traz muito aprendizado. Eu participo desde 2019, e foi paixão à primeira vista, porque ela traz uma visão diferente daquela que vemos na sala de aula, e é muito incrível poder descobrir um pouco mais da história do nosso país. Com o tempo o amor pela ONHB cresceu tanto que eu quero seguir na área da historiografia e, quem sabe um dia, ser orientadora”, disse a jovem.

Yasmin ainda relata como ocorreu todo o processo. “Durante um mês e meio nós fomos construindo tijolinho por tijolinho. Cada questão e cada tarefa foram respondidas com muita atenção. E ao longo desse processo nós contamos com muito apoio do nosso orientador, o professor Carlos, que, além de estar sempre disponível para tirar dúvidas, estava do nosso lado, acreditando até mais do que nós mesmas que conseguiríamos. Estamos muito felizes por nossa equipe representar Boquim na final. Nosso colégio é o mais antigo da cidade, e prometemos dar nosso máximo para fazer jus à história dele e mostrarmos o poder da escola pública, que não é, nem nunca vai ser um desperdício de verbas. Ela muda vida”.

Outra equipe finalista é a do Colégio Cícero Bezerra, orientada pela professora Viviane Andrade dos Passos. “Chegar à final representando a escola pública nos enche de orgulho, pelo poder que a educação tem de transformar a vida das pessoas e a sociedade, já que os alunos que vivenciam a experiência da ONHB adquirem uma visão mais crítica de mundo e tornam-se mais capazes de tomar decisões que impactarão suas vidas no futuro. Para nós, orientadores, é uma oportunidade de aprender mais sobre a História do Brasil e ainda ter acesso a várias fontes e materiais que auxiliam no planejamento e também dão suporte ao aprimoramento de nossas aulas”, destacou.

“No desenvolver das fases, participamos de reuniões semanais juntamente com outros professores e alunos da rede estadual de Sergipe, debatendo sobre as questões, compartilhando conhecimento e momentos marcantes de muita discussão e aprendizado, além das reuniões com as equipes e orientações para a execução das tarefas. A cada fase vencida, a emoção aumenta, pois é a escola pública mostrando sua qualidade, lutando em busca do conhecimento e obtendo êxito. É um aprendizado que os alunos levarão para a vida, o que é muito gratificante e nosso maior estímulo, pois somos os responsáveis pela inscrição e conciliamos todas as atividades da olimpíada com nossa carga horária de trabalho, o que não é fácil, mas muito prazeroso”, completou Viviane.

O aluno Jeison Barros dos Santos, da equipe do Cícero Bezerra, também enfatizou a importância do reconhecimento. “Essa conquista representa muito para mim como aluno de escola pública, tendo que correr atrás do prejuízo do ensino remoto no ano passado, estudar para o Enem e ainda ter de tirar um tempo para a Olimpíada. Ser finalista era algo que parecia realmente impossível. Porém, vendo o resultado agora eu consigo perceber que todo o esforço que tivemos e tudo que superamos para estarmos aqui foram recompensados. Agora, um espaço (ser finalista) que antes parecia tão distante é ocupado por pessoas que souberam enfrentar suas dificuldades ao longo do ano e já conseguiram ser vitoriosas”, concluiu.