Estudantes de Salvador dão novo visual às escolas com intervenções de grafite

#GrafitaÊ

29.08.2017

Uma grande e colorida mandala grafitada no portão principal do Colégio Estadual Deputado Henrique Brito – Tempo Integral, no bairro de Campinas de Brotas, em Salvador, imprimiu um novo visual à unidade escolar. O resultado do trabalho artístico foi motivo de orgulho dos estudantes, que protagonizaram a ação, nesta terça-feira (29), sob a orientação do grafiteiro Bigu, dentro do #GrafitaÊ: escola conta e pinta sua história. Por meio deste movimento desencadeado pela Secretaria da Educação do Estado, os estudantes realizam intervenções artísticas no ambiente escolar, dialogando com a cultura urbana, a exemplo do grafite, com a discussão de temas transversais e relacionados ao universo jovem.
 
O #GrafitaÊ no Henrique Brito contou, ainda, com oficinas de customização de roupas; de hip-hop; de culinária; de saúde; de mandalas em vinil e de pintura em garrafas de vidro.  A estudante Mariana da Silva, 15, 8ª série, que integrou a equipe da grafitagem, fala com entusiasmo sobre o projeto. “Tenho habilidade para desenhar, gosto muito. Esta atividade faz com que os jovens se envolvam com a arte e, através dela, mostram a sua identidade”. O grafiteiro Bigu completou: “O #GrafitaÊ é muito importante porque, através dele, levamos a arte para as escolas como um objeto de educação e o interessante é que a participação da comunidade escolar é contagiante".
 
Reciclagem
Na oficina de reciclagem com vidros, o aluno Walace Almeida, 15, 8ª série, transformou uma garrafa de vidro em um jarro de flores. “Vou caprichar na pintura para enfeitar a mesa lá em casa. Está sendo muito bom este projeto na nossa escola, porque aprendemos nos divertindo”. Já na oficina de Hip-Hop, o estudante Adriano Araújo, 14, 8ª série, arrematava os últimos versos da letra sobre o tema atual: a violência urbana. “Assim como a Grafitagem, o Hip Hop é uma forma de expressão muito importante. Este projeto está nos dando a oportunidade de acesso à arte e à cultura, o que não temos no bairro”.
 
A professora de Linguagens Artísticas e Tecnologia, Lucília Coimbra, destaca que a escola é um importante espaço de convivência e que, através dela, os estudantes fortalecem as relações interpessoais. “O colégio acaba suplantando a carência de lazer do bairro e por meio das oficinas, como a do Hip Hop, os alunos têm acesso à arte e à cultura e se identificam. Daí participam com muito entusiasmo”. A professora de Língua Portuguesa, Sandra Ferraz, responsável pela oficina de customização de camisas, também comentou sobre o #GrafitaÊ: “Aqui eles estão aprendendo a recriar, a reaproveitar e a reciclar peças que ganham outra cara, a partir da criatividade deles”.
 
Na oficina de culinária, a merendeira Marilene Santos ensinava um grupo de estudantes a preparar uma salada com as hortaliças colhidas na horta da escola. “É muito importante eles aprenderem a valorizar os produtos orgânicos e se habituarem à uma alimentação saudável”, comenta. A diretora Selma Correia afirma que a chega do #GrafitaÊ no Colégio Estadual Deputado Henrique Brito fez com que os estudantes ganhassem mais autoestima e sentimento de pertencimento. “Através das atividades, eles se enxergam, ganham consciência crítica, se tornam mais criativos e se identificam, além de se sentirem mais valorizados e, consequentemente, passam a valorizar mais o ambiente escolar”.
 
#GrafitaÊ em outras escolas
O projeto #GrafitaÊ prossegue nesta quarta-feira (30), das 8h30 às 15h, no Colégio Estadual Professora Noêmia Rêgo, localizado no bairro de Valéria. Já na quinta (31) é a vez da comunidade escolar do Colégio Estadual Marquês de Maricá – Tempo Integral, no bairro de Pau Miúdo, onde as intervenções acontecerão das 8h30 às 12h.