Estudantes participam de oficinas do projeto Patchwork Sustentável

Pernambuco

06.09.2019

A Escola Frei Caneca, situada em Camarabige, recebeu, nesta semana, oficinas do projeto Patchwork (trabalho com retalhos) Sustentável, que contemplou sete estudantes com deficiência intelectual e auditiva, e três moradores do entorno da unidade de ensino. Com incentivo do Funcultura e idealizado pelo Ateliê Eliane Estylosa, o projeto tem como objetivo a inclusão social aliada ao resgate de identidade cultural de Pernambuco.

As oficinas aconteceram nos dias 2, 4 e 6 deste mês, e renderam um bom aproveitamento, segundo a artesã proponente do projeto, Eliane Maria de Araújo. “Eu percebi que no artesanato, poucas pessoas com deficiência são agregadas, elas não têm oportunidade. Eu fiquei maravilhada com o desempenho desta turma, não esperava um retorno tão bom, tanto interesse pelas aulas. Estou muito feliz com esse retorno”, disse.

Os alunos receberam um kit com lonas de banners reciclados, retalhos de tecidos e aprenderam a usar a máquina de costura para criar peças. Os tecidos são recortados em formatos de casas, cactos e outros figuras que remetem a cultura pernambucana, e costuram nas lonas, formando bolsas, necessaires, estojos, chaveiros, entre outros objetos. 

O casal Greison Ferreira e Fernanda Daiana, ambos estudantes da escola e deficientes auditivos, gostaram tanto das oficinas que agora pensam em empreender com o patchwork. “A gente aprendeu bastante com as aulas. Eu nunca usei uma máquina de costura, mas vi que não é tão difícil assim, e agora nós pensamos em aprimorar as técnicas trabalhadas aqui para futuramente poder ganhar dinheiro vendendo o nosso trabalho”, observou Fernanda, por meio de um intérprete de Libras. 

Robson Luiz é desenhista, designer e escultor, e participou da oficina por meio das vagas abertas ao público. Ele também é deficiente auditivo, e explicou que além do aprendizado, a socialização foi outro ponto positivo das oficinas. “Nós, que temos deficiência, costumamos estudar, trabalhar e ter um ciclo de amizades somente com pessoas com a mesma deficiência. Aqui eu pude interagir com outras pessoas e conhecer outras formas de comunicação. Gostei bastante do conteúdo passado pelo projeto e estou muito interessado em aprender mais”, comunicou por meio do intérprete. 

As peças confeccionadas pelos alunos serão expostas no mês de novembro, no Shopping Camará.