Gestão de escola usa a criatividade para suprir falta de professores

Rio Grande do Norte

19.04.2018

Apesar das dificuldades encontradas no exercer da profissão, quando há amor pelo que se faz, sempre há um jeito de vencer os desafios. Esse é o caso dos gestores e da Escola Estadual Dr. José Gonçalves, localizada no município de Acari. Mesmo em situação de greve, a escola encontrou um jeito criativo de não deixar os estudantes sem aula: com os tablets adquiridos através do Programa de Inovação Pedagógico (PIP), os alunos passaram a usar os conteúdos disponibilizados pelo Centro Virtual de Aprendizagem em sala de aula.

A iniciativa surgiu quando a professora de língua portuguesa precisou de uma licença e a escola não conseguiu um professor substituto. Com o conteúdo virtual, os estudantes puderam continuar o ano letivo sem um prejuízo tão grande. “Sofremos a rejeição de alguns alunos no começo, mas aos poucos estamos convencendo todos a participar e usar essas tecnologias em favor deles próprios. Não é o ideal, mas é uma forma de suprir as necessidades”, contou Luiz Gustavo Oliveira, diretor da escola. 

De acordo com a Secretária de Educação do RN, Cláudia Santa Rosa, apesar de não ser a situação ideal para os estudantes, a atitude da escola é inspiradora. “O nosso esforço é para que o Centro Virtual de Aprendizagem não seja utilizado pela carência de professores, mas como um complemento do trabalho do professor, pois acreditamos que esse profissional é imprescindível na sala de aula. Mas num momento de greve, como estamos passando, é muito animador ver que a escola não deixa o aluno sem aula recorrendo à essa ferramenta criada justamente para preencher lacunas na formação do estudante”, afirmou.

Atualmente, 177 estudantes estão participando das aulas em ambiente virtual, sendo quatro turmas do ensino médio e uma do 9ª ano do fundamental. Os estudantes da 3ª série do ensino médio usam materiais do projeto #QueroAprender, com o objetivo de se prepararem para o Exame Nacional do Ensino Médio. “Nós estamos priorizando as turmas do último ano do ensino médio, eles têm um número maior de aulas”, explicou Edivina Espínola Fernandes, coordenadora pedagógica da escola.

Durante essa “aula virtual”, os estudantes são acompanhados por monitores da sala de informática, que ajudam os estudantes em seus estudos online. Mas as aulas não se limitam ao uso dos conteúdos disponibilizados pelo Centro, os estudantes também fazem uso de vídeo-aulas para repor os conteúdos. “Nós recebemos orientação da Direc de utilizar esses conteúdos para minimizar os prejuízos da falta de professor. Apesar de tudo, vemos como algo positivo”, completou o diretor.

Para Elba Alves da Silva, coordenadora da 9ª Diretoria Regional de Educação e Cultura, a iniciativa faz parte do compromisso dos profissionais com os estudantes. “Meu trabalho é acompanhar e orientar o trabalho das escolas, em parceria com os assessores pedagógicos. Para nós, essa iniciativa mostra o cuidado desses profissionais com nossos estudantes. Sabemos do esforço da Secretaria e espero que essa ação mantenha essa força. Vibro com tudo isso acontecendo”, concluiu. 

Centro Virtual de Aprendizagem

Hospedado na página inicial do site da SEEC, o espaço foi criando visando contribuir no processo de aprendizagem dos estudantes e ajudar os professores no desenvolvimento das suas aulas. O CVA dispõe de links para estudos, materiais didáticos disponíveis 24h para alunos e professores e reúne os programas prioritários desenvolvidos pela Secretaria na internet. 

A Biblioteca Virtual do CVA conta com os cadernos de nivelamento de todos os anos do Projeto #QueroAprender, direcionados para estudantes do 8º ano do ensino fundamental até a 3ª série do ensino médio. O acervo conta com apostilas das mais diversas áreas do conhecimento. Além disso, o Centro conta com conteúdos do site Escolas na Rede e material do Portal Clickideia. Todos os arquivos disponíveis no espaço são de livre acesso, não se limitando aos estudantes da rede estadual de ensino.