Gestores dividem experiências no Dia do Diretor

Rio Grande do Sul

12.11.2021

A função de dirigir uma instituição de ensino é desafiadora e de extrema importância. O diretor precisa liderar, motivar, cuidar para que a escola, seus professores e alunos estejam bem e que tudo funcione da melhor maneira possível. Neste Dia do Diretor, conversamos com alguns desses profissionais tão essenciais que dividiram relatos sobre suas trajetórias e experiências:


Clarice Caldeira Leite
Diretora da Escola Apeles de Porto Alegre - 1ªCRE

Clarice recorda que, aos seis anos de idade, durante uma conversa que teve com sua avó Olga, decidiu que queria ser professora. Ela cultivou esse sonho até os 18 anos quando passou para o curso de Licenciatura em Química na Universidade Federal de Pelotas, sua terra natal. Após se formar, ela entrou para o magistério, dando aula na Escola Estadual Leonel Brizola, em Pedras Altas.
“Foi um período lindo de aprendizagem, onde fui extremamente bem acolhida naquele espaço escolar, tanto pelos alunos, colegas e equipe diretiva. São memórias que guardo com afeto até hoje”, afirma Clarice. Depois de passar na seleção para doutorado em Química na UFRGS, ela se mudou para Porto Alegre e prestou concurso público para o magistério estadual.


A chegada na Escola Apeles, de Porto Alegre, em 2012, contou com uma recepção calorosa da então diretora Gisela. “No ano de 2018, com a aposentadoria da atual diretora fui eleita diretora interina até o término do ano letivo, e em novembro do mesmo ano fui eleita diretora através do voto da comunidade escolar”, conta.


De acordo com Clarice, seu modelo de gestão tem como objetivo a participação ativa da comunidade escolar, buscando uma escola onde todos são participantes e protagonistas do processo de ensino aprendizagem. “Durante o ensino remoto passamos por vários desafios, como por exemplo a construção da escola num espaço virtual completamente novo e desconhecido, mas com a dedicação dos professores da nossa escola, pudemos passar por este momento”, avalia.
“Neste período da pandemia, pude sentir o envolvimento e dedicação dos professores da escola na qual faço parte. Isso me deu força, ânimo e coragem para continuar na minha trajetória. Acredito que a direção de uma escola deve pensar acima de tudo em construir um espaço coletivo de aprendizagem buscando servir a comunidade proporcionando uma educação de qualidade para todos os alunos que dela dependem”, finaliza Clarice.

Eldo Júnior
Diretor do Colégio Estadual Visconde de Bom Retiro

Atuando no magistério desde 2006, Eldo começou a lecionar pelo Estado, em 2011, como professor de História e Sociologia. O convite para a gestão do Colégio Estadual Visconde de Bom Retiro, de Bento Gonçalves, veio do atual coordenador da 16ª CRE Alexandre Misturini, que era o diretor na época.

Eldo assumiu o cargo no final de 2019, como interino, depois ocorreu a eleição que o efetivou junto de sua equipe. “Sem minha equipe não seria possível fazer nada na escola, porque a função de diretor demanda muito tempo, muita burocracia, e acaba nos afastando do cotidiano da escola”, afirma o diretor ao enaltecer o trabalho dos colegas.

Ser diretor, ou como Eldo prefere chamar, gestor escolar, é um desafio diário. De acordo com o educador, existe a necessidade de levar o melhor ao estudante, frente às demandas que recebemos: “É um jogo que é preciso equilibrar os mais diversos atores, de um lado temos o mais importante que são os estudantes e o processo de aprendizado deles, mas temos que sempre levar em conta os professores ”.

Eldo destaca a importância de saber delegar e organizar, assim como trazer inovações: “Eu estou sempre às voltas com novidades, buscando sempre melhorar o pedagógico da escola”. Ele também reforça a ideia de que só a união de diversos profissionais possibilita que ele desempenhe sua função da melhor maneira possível: “Aqui eu conto com pessoas incríveis me ajudando. Uma boa equipe”, afirma ao citar supervisores, orientadores, professores e secretários da escola.

Janaína Venzon
Diretora da Escola Ernesto Alves 6ªCRE

A trajetória de Janaína tem início quando ela ingressa no Magistério em 1998. Em 2002, ela passa no concurso público e começa a trabalhar em três escolas, até que fica apenas na instituição onde hoje é diretora. A Escola Ernesto Alves, de Santa Cruz do Sul (6° CRE), possui mais de 1200 estudantes, divididos entre três turnos. “Aprendi muito sobre gestão colaborando como professora”, afirma Janaína.

Depois de participar de uma eleição em 2009 e não atingir o seu objetivo por uma diferença de 17 votos, ela continuou tentando até que foi eleita diretora em 2018, tendo sido vice por um período de dois anos antes disso. Sua meta era ser uma diretora que ousasse e fizesse os planos se concretizarem. “Foi o início de inúmeros feitos. A comunidade elogia e isso nos dá tranquilidade. Eles passaram a estar mais dentro da escola”, afirma Janaína.

A diretora conta que dentre suas conquistas, uma que mais traz orgulho é ter construído, com o apoio da comunidade, um novo refeitório que estava sendo planejado há cerca de 10 anos. “Nos preocupamos com a excelência da educação em uma escola pública. Nós podemos fazer, sim. O gestor precisa planejar, ousar, colocar a ideia em prática. Se der errado, tenta novamente”, afirma.

“Ali teríamos que nos doar cada vez mais. Para ser diretora não basta ficar sentada e reclamando, tem que buscar soluções para resolver os problemas. Não desistir ou acumular problemas. É uma missão grandiosa. Planejo durante o final de semana e coloca os planos durante a semana”, conta Janaína ao relembrar o período de trabalho durante a pandemia.

A diretora diz que é muito gratificante quando os resultados de uma gestão focada trazem resultados positivos: “Tenho a missão de motivar os colegas professores e os estudantes. A experiência de ser diretora me torna uma pessoa realizada, uma gestora que faça o diferencial".