Mesa ampliada debate “um currículo para construir o conhecimento”

16.09.2014

Entidades ligadas à educação participaram de mesa redonda, promovida pelo CNE,  com a pesquisadora da USP, Paula Louzano

O Conselho Nacional de Educação - CNE realizou uma mesa ampliada com o tema “Um currículo para construir o conhecimento”, nesta quinta (4/9), promovida para aprofundar as discussões sobre Educação Básica: conhecimento e currículo. A reunião contou com a participação de representantes de entidades ligadas à educação, dentre elas, o Ministério da Educação (MEC), Capes, Undime e Consed.

O intuito da mesa ampliada era dar continuação aos assuntos discutidos durante o Seminário Internacional Educação Básica: Conhecimento e Currículo, que tratou as relações entre os atos de educação das novas gerações e os valores curriculares esgotados no processo de conhecimento.

Vanda Dasdores, secretária de Estado da Educação de Goiás e representante do Consed na mesa ampliada, destacou a importância da discussão por ser “mais uma vez oportuno o debate que aborde construção de uma base nacional curricular comum, que contribua para a melhoria da aprendizagem e, automaticamente, para a educação pública brasileira”.

A definição de uma base nacional comum é uma das questões centrais para a melhoria dos resultados da educação brasileira. Para a secretária Vanda, é preciso caminhar para “a construção de um currículo bem definido e que tenha uma influência significativa no sistema”

Durante a apresentação, a pesquisadora da USP Paula Louzano,  expôs parte da pesquisa, na qual analisou  o processo de elaboração dos currículos e dos documentos curriculares nacionais da Austrália, Cuba, Chile, Estados Unidos, Finlândia, Portugal, México e Nova Zelândia. Entre outras questõe, a pesquisadora relacionou a autonomia das escolas e a centralização do Estado na decisão curricular e como essas decisões variam de acordo com a organização política do país, tamanho e/ou diversidade cultural. Finalizou a exposição ressaltando a importância da validação do PNE e do planejamento na educação e afirmou que “conhecer como as políticas funcionam na escola é fundamental para o entendimento da política educacional”

Paula também comparou os objetos de estudo da pequisa com a realidade brasileira: “Em relação ao modelo e estrutura curriculares, o Brasil pode ter uma visão mais próxima à finlandesa no que se refere à autonomia dos professores no como ensinar. Não acho que caiba no nosso contexto educacional algo como o realizado em Cuba, que define o que e como. O modelo da Finlândia não estabelece a totalidade e sim parte do que tem que ser ensinado. A outra parte é decidida no nível local. É isso que temos proposto para o debate no Brasil.”