Rio de Janeiro
23.05.2025Uma importante ação em busca da cultura de paz nas escolas aconteceu na manhã desta terça-feira (20/05) na sede da Secretaria de Estado de Educação, na Cidade Nova, Região Central do Rio. Em parceria com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), a pasta realizou mais um treinamento do programa Acesso Mais Seguro para servidores das diretorias regionais e agentes de Acompanhamento de Gestão Escolar (AAGEs). A iniciativa visa estabelecer protocolos internos de modo a potencializar a adoção de comportamentos e práticas mais seguras no âmbito das escolas, auxiliando na prevenção e redução de riscos.
– O CICV possui vasta experiência e recursos educativos que podem fortalecer as políticas, as práticas de segurança e, também, as ações realizadas pelas escolas. Isso contribui para uma cultura de paz, respeito e diálogo, além de auxiliar na prevenção e na resolução de conflitos – destacou a subsecretária de Planejamento e Ações Estratégicas da Seeduc-RJ, Myrian Medeiros.
A ação tem como objetivo a adesão voluntária para a formação de gestores da rede, que vão conhecer os programas e ações destinadas à segurança no ambiente escolar. A ideia é multiplicar esses conhecimentos e entender situações relacionadas às gestões de risco, crise e estresse, que exigem análise de contexto.
– Esta parceria com a Cruz Vermelha, implementando o protocolo do Acesso Mais Seguro e também oferecendo aos profissionais da rede o Comportamento Mais Seguro como formação, é um elemento que nos ajuda a garantir mais dias letivos e mais segurança para os nossos alunos, nossos professores, gestores escolares, coordenadores pedagógicos e orientadores educacionais. Enfim, toda a equipe que compõe e que faz acontecer a educação no território fluminense, dando o acesso ao direito fundamental da educação – ressaltou o superintendente de Desenvolvimento de Pessoas da Seeduc-RJ, Diego Ferreira.
O programa Acesso Mais Seguro para Serviços Públicos Essenciais (AMS) tem buscado mitigar e responder às consequências da exposição da população e dos profissionais dos serviços públicos essenciais aos contextos de violência armada, no intuito de se alcançar o bem-estar dos profissionais, assim como a ampliação da provisão e acesso da população aos serviços básicos essenciais.
Durante a formação, os servidores se aprofundaram no conhecimento das ferramentas relacionadas às gestões de risco, crise e estresse, que os auxiliarão no entendimento de situações diferenciadas de suporte e que exigem análise e ações rápidas e eficazes, auxiliando o trabalho dos representantes nas escolas.
– O mais importante para nós aqui, formando os grupos de suporte com as regionais, é fazer com que eles possam apoiar as unidades escolares, desenvolvendo ações voltadas para mitigar a violência. A criação de grupos de decisão nas escolas tem essa importante função de reconhecer o entorno e acompanhar a rotina, e essa parceria é fundamental para esse acompanhamento. Não é chamar atenção, nem coibir; é ter um olhar empático e de apoio e acolhimento – afirmou a coordenadora de Planejamento e Elaboração de Formação da Seeduc, Julia Barbosa.
Cultura de paz nas escolas
A Seeduc vem trabalhando incessantemente para o estabelecimento de uma cultura de paz em todas as escolas da rede. Um dos destaques desta ação é o Comitê Intersetorial de Segurança Escolar, criado pelo Governo do Estado. A partir deste projeto, surgiu o Plano de Ações Integradas de Segurança e Cultura de Paz nas Escolas (SegPaz), que dispõe do Registro de Violência Escolar (RVE), ferramenta que norteia as ações de prevenção e permite a comunicação de casos como ameaças, bullying, racismo, furto, agressão, entre outras violações de direitos, sejam elas presenciais ou virtuais.
Em apenas um ano, o programa, coordenado pela Seeduc e composto pelo Ministério Público, Tribunal de Justiça, polícias Civil e Militar, secretarias de Estado e municipais, membros da sociedade civil e da rede privada de ensino, reduziu as ameaças de ataques às escolas em 98%.
Mais de quatro mil educadores também já foram treinados pela Polícia Militar para atuar em gerenciamento de crise e adotar protocolos até a chegada dos agentes de segurança. Além do tradicional apoio da Patrulha Escolar da Polícia Militar, ainda foi desenvolvido o aplicativo Rede Escola, uma ferramenta desenvolvida pela corporação para contato direto dos profissionais e alunos com o órgão, que tem um botão de emergência para ser acionado em casos de ataques às unidades escolares.
As escolas da rede estadual também estão realizando constantes atividades para fomentar este ideal da cultura de paz, com palestras, apresentações artísticas, rodas de conversas e exibições de filmes, entre outras. O objetivo é contribuir efetivamente para combater comportamentos que comprometam a manutenção de um ambiente com respeito às diversidades, através de uma metodologia que prioriza a formação de sujeitos críticos, ativos e criativos, que sejam protagonistas de suas próprias histórias.
– Sabemos que um ambiente de bons resultados só se constrói quando há paz, entendimento e colaboração. A escola é o portal da transformação, e nós, educadores, somos os responsáveis por abrir esta porta. É preciso ter nas escolas uma cultura que semeie a paz. Depende de cada um de nós – concluiu a secretária de Estado de Educação, Roberta Barreto.
Foto: Bruno da Matta