Foi realizada na manhã desta quinta-feira (20) uma audiência da Comissão de Educação, Cultura e Esporte para tratar da suspensão dos prazos de implementação do Novo Ensino Médio. 

O secretário de Educação do Espírito Santo e presidente do Consed, Vitor de Angelo, participou da discussão e falou sobre o tema. "Nós demos um azar histórico, tivemos uma reforma a ser implementada, talvez no pior momento em termos de coordenação nacional do Ministério da Educação. Ao que foi ainda acrescido que nos anos de 2020 e 2021, tivemos uma pandemia que criou dificuldades na implementação dos projetos pilotos nas escolas", explica. 

"A posição do Consed diante dos reclamos legítimos de alguns setores pela revogação do ensino médio tem sido de defender, não, a reforma de uma maneira acrítica, como se ela não tivesse pontos a ser ajustados, mas de defender o percurso até aqui feito", destaca Vitor sobre o trabalho feito pelos secretários estaduais de educação com o apoio de setores públicos e privados. 

Ele ainda citou a manutenção da reforma, como continuidade de política pública e compromisso com a mudança, destacando que novas audiências devem ser iniciadas nos Estados. 

O presidente do Consed falou também sobre o Novo Enem e o medo dos estudantes diante a discussão, explicando de que forma será a aplicação do exame neste ano. "Como o ensino médio foi implementado em 2022, o estudante que ainda é do antigo ensino médio, faz esse ano o Enem referente aos antigos currículos". 

Questionado se a portaria 627/2023 poderá afetar a autonomia dos Estados na implementação do Novo Ensino Médio, Vitor destaca que não é possível suspender no meio do ano letivo algo que já está acontecendo. "Não tem como voltar a ser oitocentas horas e não mil. Porque eu não tenho aqui na minha rede outro currículo para colocar no lugar, temos esse de mil horas".