Programa ´Sim, eu posso! ’ é destaque nacional depois de tirar mais de 7 mil maranhenses da escuridão do analfabetismo

Maranhão

13.11.2017

O programa de alfabetização de jovens, adultos e idosos ‘Sim, eu posso!’,  que está sendo executado aqui no Maranhão por meio de iniciativa do Governo do Estado em parceria com o Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Terra (MST), foi destaque na revista ‘Caros amigos’, uma publicação nacional que trata de conteúdo de interesse geral, com ênfase em política, cultura, educação, comunicações e comportamento. Em sua última edição, a revista trouxe um encarte todo voltado para a educação no Maranhão.

Com o título “Escolas dignas no Maranhão”, o encarte destaca os programas instituídos pelo Governo do Estado para garantir uma educação com mais qualidade e dignidade para crianças, adolescentes, jovens e adultos do Maranhão.

Em uma das matérias sobre os avanços e os novos caminhos trilhados pela educação no Maranhão, a revista abordou o sucesso do programa ‘Sim, eu posso! ’. A reportagem escrita pelo jornalista Pedro Canto traz como título ‘Nós podemos! ’, e no subtítulo destaca: “Mais de 7 mil pessoas foram alfabetizadas em apenas dez meses, no estado em que 19% da população não sabe ler nem escrever”, diz o texto.

A reportagem começa destacando que: “O Maranhão é o 24º colocado na média de Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). Contribui fortemente para esta colocação o fato de o estado carregar valores historicamente baixos em números de pessoas alfabetizadas”. E continua em outro trecho: “Uma das principais tarefas do Maranhão neste momento é garantir que esses 19% da sua população deixem de ter esse direito constitucional negligenciado”, continua o jornalista Pedro Canto.

A reportagem enfatiza, também,  que: “A Jornada de Alfabetização integra o Plano Mais IDH instituído pelo governador Flávio Dino, por meio do decreto nº 30.612, em 2 de janeiro de 2015, com a finalidade de promover ações para superar a pobreza extrema e  desigualdades sociais no meio urbano e rural por meio de estratégias que têm como princípios a integração de políticas públicas, ampliação de mecanismos de participação popular, ampliação da oferta de programas básicos de cidadania, inclusão e integração produtiva das populações pobres e valorização da diversidade  social, cultural, econômica e política da população maranhense”.

E conta histórias de superação e empoderamento escritas a partir das vidas transformadas pela iniciativa do governo em tentar trazer à luz milhares de pessoas que durante décadas viveram na escuridão do analfabetismo, como a história da família de Katiane Lima Dutra, no município de Governador Newton Bello. Um enredo igual ao de tantos outros maranhenses que vivem pelos mais longínquos rincões deste estado sem saber ler e escrever. Maria e Izidório Lima Duarte, mãe e pai de Katiane, nunca puderam estudar porque cedo trocaram os livros pelas ferramentas de trabalhadores rurais. Mas, tentaram dar aos filhos a oportunidade de escrever uma história diferente das deles. Mudaram-se para cidade, com muito sacrifício, para colocar Katiane e o irmão na escola.

“Katiane queria ser professora. Após fazer o Ensino Fundamental na zona rural do município de governador Newton Bello, a família partiu para a cidade para que ela pudesse fazer o Ensino Médio e o Magistério. Hoje aos 29 anos, Katiane é professora da rede municipal. Em 2016, ao saber do programa do governo do estado que estava para investir na alfabetização de trabalhadores rurais na região, ela abraçou a oportunidade para crescer profissionalmente ”, narra a reportagem.

Katiane se inscreveu para ser instrutora na jornada alfabetizadora e foi ser professora dos pais. “Era, enfim, uma oportunidade para que eles pudessem realizar um sonho antigo, aprender a ler e escrever com auxílio da própria filha, por quem haviam se dedicado por todos esses anos. Na época (época da Jornada Alfabetizadora), Maria tinha 47 anos e Izidório, 72 anos”, enfatiza o jornalista.

Falou, ainda, da história de seu João da Silva Santos, de 61 anos:  “Nascido e criado em Aldeias Altas, João trabalhou na roça desde os 06 anos de idade. Pai de dois filhos e uma filha, esta última inclusive, professora, João conta que a última vez que esteve em um banco de escola foi por volta de 1975, em um programa do governo federal. Porém, ele não pode concluir”, relata a reportagem.

Depois de falar das muitas de lutas e angustias de seu João para que os filhos e netos tivessem uma vida diferente da dele, o jornalista conclui a história de superação: “No dia 05 de setembro de 2017, João foi um dos alunos selecionados entre os mais 7 mil alfabetizados para participar de um evento ao lado do governador do Maranhão, Flávio Dino, e do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. No evento, parte da Caravana Lula pelo Brasil, João pôde ler a sua carta para uma multidão na cidade de São Luís. Na carta ele agradecia a oportunidade de realizar um sonho de ler para muitas pessoas, incluindo o governador do estado e um ex-presidente”, finaliza o jornalista.

A reportagem de quatro páginas fala ainda sobre os números do Sim, eu posso! Que na primeira fase chegou a oito dos municípios maranhenses com menor IDHM: Aldeias Altas, Água Doce do Maranhão, Governador Newton Bello, Jenipapo dos Vieiras, Itaipava do Grajaú, Santana do Maranhão, São João do Carú e São Raimundo do Doca Bezerra. O jornalista enfatiza, também, que dos 7.119 alfabetizados, 6.332 realizaram consultas oftalmológicas, destes 5.620 receberam óculos.

Segunda fase

A segunda fase do ‘Sim, eu posso! ’, que foi iniciada em maio deste ano, envolve mais 15 municípios, dos com menor IDHM do Estado: Afonso Cunha, Belágua, Lagoa Grande, Marajá do Sena, Milagres do Maranhão, Santa Filomena do Maranhão e São Raimundo. Além dos oito da primeira etapa.

“[...] dessa vez, 20. 075 trabalhadores e trabalhadoras rurais, que se inscreveram, terão a chance de mudar suas realidades e a de suas comunidades”, conclui Pedro Canto.