Projeto musical de escola estadual de Cantagalo ajuda nos estudos e cria laços de amizade entre alunos

Rio de Janeiro

08.09.2025

Em meio a um clima agradável da exuberante natureza local, sons de instrumentos musicais são ouvidos no Colégio Estadual Conde de Nova Friburgo, no município de Cantagalo, na Região Serrana do Rio. Trata-se de uma atividade regular da unidade, que atende 37 alunos do Ensino Médio. O projeto musical é desenvolvido pelo professor que coincidentemente carrega o mesmo nome do músico e compositor, João Bosco e conta com violões espalhados pela escola, para que os estudantes possam se reunir para tocar, cantar e interagir, criando um laço de amizade e união entre eles.

Para os alunos que querem se dedicar mais, aulas regulares são oferecidas há cerca de 10 anos. De acordo com João Bosco, a ideia é promover as potencialidades dos estudantes, seja na música, nas artes plásticas ou nas demais oficinas. 

— Queremos que o aluno seja original. Apostamos nisso desde o momento que ele entra na escola. Nós visualizamos isso e procuramos desenvolver ao máximo — explica o professor.

Situada no distrito de Euclidelândia, a unidade serviu na formação de vários moradores da região, que conta com menos de quatro mil habitantes. Por este motivo, a banda do colégio sempre se apresenta em reuniões de pais e responsáveis, feiras abertas à comunidade e atividades culturais, sendo vista com muitos bons olhos por todos.
 

A iniciativa ajuda a desenvolver orgulho e pertencimento, além de contribuir ativamente na concentração dos estudantes, como afirma o violonista e aluno Gilson Cipriano, de 15 anos.

— Eu me sinto muito bem tocando. É uma forma de expressar o que estou sentido através das cordas do violão. Isso ajuda na minha concentração e me faz sentir muito bem — conta o estudante.

O canto não pode ficar de fora. As alunas Ana Beatriz Cipriano e Vitória Souza, ambas de 16 anos, formam dupla na voz ao lado dos violões e encantam todos com seu perfeito sincronismo e timbre vocal, dando o toque final ao grupo musical que encanta moradores, estudantes e servidores.

— A música expressa sentimentos e acho que é importante estudar aqui na escola, porque nos encontramos pra ensinar e nos sentimos mais unidos. É uma forma de acolher as pessoas — afirma Ana.

Vitória endossa a fala da colega.

— Eu gosto de cantar nos meus momentos livres, e poder fazer isso na escola muda muita coisa, porque a gente se diverte bastante — conta a jovem.
 

Mais cultura

O Colégio Estadual Conde de Nova Friburgo respira muito mais do que música, a escola também investe em artes e, claro, em literatura. Em um espaço pensado para ser um ateliê, os estudantes aprendem sobre pintura e artes em geral, desenvolvendo habilidades que não sabiam ter. Já na biblioteca, um vasto acervo de livros passa de mão em mão contando, entre tantas histórias, as de Euclides da Cunha, que dá nome ao distrito por ter nascido lá, e do próprio Conde de Nova Friburgo, incentivador da educação local e nome de batismo da escola.

Com isso, a unidade do interior da Região Serrana se apresenta como uma escola viva e com amplo destaque pedagógico, sendo exemplo de que uma educação de qualidade e um clima familiar favorecem o avanço nos estudos e geram sentimento de pertencimento entre alunos e servidores.

Para Leandra da Silva, diretora do colégio, projetos como este impactam diretamente na área pedagógica e social dos jovens.

— Nossos alunos se manifestam pelos projetos que são desenvolvidos, e ver esses estudantes crescendo no caminho que gostam me deixa realizada. Eles têm uma melhora acadêmica muito grande, e isso faz com que eles tenham vontade de ficar na escola. A comunidade no entorno nos apoia muito e participa das apresentações — afirma a gestora da unidade.

Foto: Sandra Barros