Projetos geram interesse pela matemática entre alunos da rede estadual de AL

ciência

14.11.2019

Muitos estudantes ainda enxergam a matemática como um “bicho papão”. Projetos realizados em escolas da rede estadual buscam desmistificar a fama de difícil assimilação da disciplina, mostrando que os cálculos e equações estão presentes no nosso cotidiano e podem melhorar as nossas vidas. Alguns desses projetos foram apresentados durante a Matexpo/ Matfest na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), evento realizado pelo Instituto de Matemática da universidade que oportunizou a exposição de trabalhos das escolas públicas e privadas.

Com 85 projetos inscritos – dos quais 60 selecionados - a Matexpo contou com a participação de seis escolas estaduais, as quais levaram sete trabalhos para a Mostra: escolas estaduais Remi Lima, Teotônio Vilela, Margarez Lacet, José da Silveira Camerino e Fernandes Lima – esta última com dois trabalhos inscritos.

 Professor Krerley Oliveira, da Ufal, durante a Matexpo  (Foto: Valdir Rocha)

O Professor Doutor Krerley Oliveira, coordenador da Matfest, diz que a proposta da Mostra é integrar as escolas públicas e privadas em uma feira com foco na matemática. “A premiação da Matexpo deverá ocorrer junto com a da Olimpíada Alagoana de Matemática”, adianta Krerley, que também estima bons resultados para o estado na edição 2019 da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) – esta última com resultados previstos para 03 de dezembro no site www.obmep.org.br.

Jogos educativos – A Escola Estadual Margarez Lacet, no Tabuleiro do Martins, apostou na confecção de jogos educativos para facilitar a aprendizagem da disciplina. Os mesmos foram produzidos a partir de problemas da OBMEP e fazem parte dos projetos “Meninas nas Ciências Exatas, Engenharias e Computação”/ “OBMEP na Escola”, ambos em parceria com a Ufal.

 Williane desenvolve projeto na Escola Margarez Lacet (Foto: Valdir Rocha)

“A nossa proposta é que eles mesmos elaborassem os jogos a partir dos problemas existentes em questões da Olimpíada. Daí, eles escolheram os problemas, criaram os jogos e elaboraram suas estratégias e soluções”, conta, orgulhosa, a professora Williane Costa Ferreira, coordenadora do projeto na escola.

Jeann Rocha, aluno do 8º ano da Escola Margarez Lacet, foi um dos que participou da elaboração dos jogos. “Trouxemos questões da OBMEP e as transformamos em jogos que tornam a matemática divertida. No nosso, por exemplo, usamos cartas e truques de magia”, explica Jeann.

 Remo Gomes, da Fernandes Lima, diz que projetos aprofunda antecipa a aprendizagem de conteúdos  (Foto: Valdir Rocha)

Robótica – Já na Escola Estadual Fernandes Lima, a robótica foi uma das ferramentas usadas para fortalecer o ensino das ciências exatas. Para a Matexpo, os alunos, sob a orientação do professor Reno Gomes, levaram dois projetos nesta área: a casa automatizada e o semáforo inteligente – este último trazendo soluções para evitar congestionamentos e fazer o trânsito fluir melhor para ambulâncias e viaturas.

“O bom de participar de projetos como este é que eles permitem que nossos alunos aprendam assuntos que só estudarão mais à frente. Por exemplo, neste trabalho do semáforo, meus alunos de 8º e 9º anos já estudam probabilidade, algo que, normalmente, eles só aprendem no ensino médio”, relata o professor Reno.

 Lucas Gabriel, da Fernandes Lima, diz que Matexpo propicia trocas de experiências (Foto: Valdir Rocha)

Lucas Gabriel dos Santos Silva e Vitoria Karinne Silva Hora estão entre os alunos do professor Reno. Eles falam da experiência de participar da Matexpo. “Aqui trocamos experiências e aprimoramos nossos trabalhos”, observa Lucas. “Com a robótica, melhoramos não só na matemática, mas também na física e até geografia. E também elaboramos projetos que buscam melhorar a vida das pessoas”, afirma Karyne.

É fácil – Outras duas participantes da Matexpo, Elissandra Nathallya Teixeira, da Escola Estadual Teotônio Vilela e Jennifer Laryssa Gomes, da Escola Estadual Margarez Lacet provam que a matemática pode ser fácil de aprender. Elas também quebram o estigma de que meninas não gostam das ciências exatas.

 Jennifer Larissa , Escola Margarez Lacet, diz que matemática é estratégica (Foto: Valdir Rocha)

“No nosso projeto, aprendemos que o Teorema de Tales é fácil, e está presente no nosso dia a dia.  Nada é difícil quando se sabe o cálculo certo”, pontua Elissandra.  “Matemática é uma matéria estratégica e usamos em tudo na nossa vida. Nos trabalhos que fazemos aqui, ela fica ainda mais divertida”, garante Jennifer.