“Quem não lê, não fala e não se expressa", afirma escritora Sebastiana Fernandes

Alagoas

03.05.2019

Texto de José Arnaldo

“Vou contar para vocês a história de uma menininha. Uma menininha que gostava de estudar, ler e escrever”. Foi assim o início da conversa da escritora alagoana Sebastiana Fernandes com os alunos da Escola Estadual Bom Conselho, no Centro Educacional de Pesquisa Aplicada (Cepa). Natural de Maribondo, agreste alagoano, Sebastiana narrou para os estudantes sua trajetória até se tornar escritora. Também falou da importância de ler e escrever.

“É o meio mais favorável que vocês têm para crescer intelectualmente, não existe outro. Quem não lê, não fala e não se expressa”, afirmou Sebastiana. Autora de oito livros para o público adulto e infanto-juvenil, explicou aos alunos a necessidade de ter o hábito da leitura e da escrita. O encontro fez parte do Dia D da Leitura e tem como objetivo incentivar a leitura e produção textual dos estudantes da rede pública de ensino.

Desde pequena, Sebastiana apresentava o interesse pelos estudos e a vontade de ir à escola. Porém, seus pais não tinham condições de pagar a única escola privada do município. A alternativa encontrada foi realizar alguns trabalhos de auxílio-geral na própria escola e, assim, conseguir estudar. O amor pela escrita e leitura motivou a jovem a seguir a carreira de professora.

A escritora teve grande influência do pai, escritor de cordéis, mas que não chegou a publicá-los. Na conversa com os alunos, relembrou a sua vivência em sala de aula, sempre atentando para a necessidade dos alunos lerem. E que, apesar das dificuldades, todos têm a capacidade de escrever um livro. “O segredo para crescer intelectualmente é unicamente por meio da leitura”, concluiu.

Sebastiana tem duas obras bibliográficas, sendo uma delas contado a história da cidade de Maribondo, e seis voltadas ao público infanto-juvenil, entre elas: “O menino que não gostava de estudar”, “Criança: essência do mundo, esperança de paz” e “O que quero do mundo”, lançado em novembro do ano passado. Ela prepara agoara o lançamento de mais um livro com crônicas.


Para o estudante Luan Cavalcante, do 8° ano “A”, as ações ajudaram os alunos a ter um interesse maior pela leitura e a conversa com Sebastiana o motivou. “Achei muito emocionante a história de superação dela. Uma pessoa que não tinha condições de estudar, se dedicou, se tornou professora e hoje têm vários livros publicados”, contou o estudante, que gosta de ler livros de ação e suspense.

Como forma de despertar o interesse nos estudantes, a escola desenvolveu projetos como o Varal da Leitura e produção de poesias. As atividades do Dia D da Leitura também foram executadas em outras escolas da rede pública de ensino. Peças teatrais, contação de histórias, leitura de poesias e poemas, produção de cordéis e outros gêneros literários feitos pelos alunos e leitura de textos de autores alagoanos.

Doação de livros

O Dia D da Leitura integra a campanha Doe Livros, promovida pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc) que abrange escolas de todo o estado, tanto da rede estadual, quanto das redes municipais. A campanha continua e os livros podem ser doados em qualquer unidade de ensino pública, desde que estejam em boas condições. Obras literárias infantis, juvenis e adultas, histórias em quadrinhos, periódicos, literatura de cordel e dicionários das línguas portuguesa, inglesa e espanhola podem ser doadas. Só não podem ser doados livros didáticos.