Seduc AL lança campanha para preservação de patrimônio escolar

Alagoas

24.05.2018

Texto de Lucas Leite

Uma escola suja pode ser um problema para muitas pessoas, pichada e com carteiras, portas, e equipamentos quebrados pode tirar a atenção dos jovens, além de afastá-los da unidade. É por isso que a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) está lançando a campanha “Eu amo, eu cuido”, com o objetivo de conscientizar os estudantes da rede pública a preservarem o patrimônio escolar.

A campanha é coordenada pela assessoria de comunicação da Seduc e visa conscientizar os estudantes da rede estadual acerca da importância da preservação do patrimônio público.

“Mais da metade das escolas da rede estadual foram recuperadas e todas recebem recursos do programa Escola da Hora para manter o pleno funcionamento. A ideia da campanha é incentivar a conservação de todos os bens da unidade de ensino, criando o sentimento de pertencimento e responsabilidade pelo espaço educacional. A escola não é do governo ou da direção e sim de toda a sociedade. Ela é uma extensão de nosso lar, precisamos cuidar dela”, frisa a secretária de Estado da Educação, Laura Souza.


Em diversos locais do estado os alunos já realizam ações - ou participam de projeto - que envolvem toda a escola e comunidade local. É o que acontece na Escola Estadual de Ensino Integral Maria das Graças de Sá Teixeira, localizada no bairro do Feitosa, em Maceió.

A mudança começou a partir do “Projeto Lixo: um problema social e cultural”, idealizado pela professora de Sociologia, Josenilda Policarpo, e voltado aos estudantes da turma da 1a série do ensino médio. A educadora conta que o problema com a limpeza dos espaços é algo que precisa ser discutido entre os jovens.

“Quando trazemos essa discussão para a escola, percebemos que o resultado pode ser imenso. O aluno é mais próximo de outro aluno que o professor. Quando ele próprio fala sobre cuidar do espaço, os jovens escutam mais”,observa Josenilda.

A partir dos 40 estudantes engajados na ação, que iniciou como uma espécie de eletiva, cerca de 750 jovens começaram a mudar a consciência e ver como é importante preservar o ambiente onde se vive. Os alunos da instituição – divididos entre os 8º e 9º anos do ensino fundamental, 1ª, 2ª e 3ª séries do ensino médio e Educação de Jovens e Adultos (EJA), - decidiram arregaçar as mangas e mudar a situação.


Para a diretora da Escola Maria das Graças, Mariglaucia Jatobá de Oliveira Cordeiro, todos os alunos foram contagiados imediatamente pelas ações. “O projeto teve início para as turmas de ensino integral, mas todo mundo queria participar”, recorda.

Mudança – Antonio Vitor da Silva Santos, da 3ª série do ensino médio, estuda na Maria das Graças desde o 6º ano do ensino fundamental. Apesar de estar no seu último ano na escola, ele acredita que a mudança é necessária.

“A professora me conscientizou sobre os cuidados com o meio ambiente, sobre cuidar do nosso patrimônio. A mudança que queremos tem que começar a partir de nós, pois a mudança instiga e afeta as pessoas. Antes, quando acabava o horário do intervalo, as escadas da escola ficavam cheias de lixo. Hoje, a gente já percebe uma grande diferença”, relata o estudante.


Santos fala ainda que a iniciativa aumenta o sentimento de pertencimento. “Eu e várias pessoas estamos pagando por tudo que temos na escola, para que eu possa estudar. Eu tenho que cuidar disso, cuidar da carteira, cuidar da nossa escola, para que o próximo também possa usar”, destaca.

Ainoã Tavares Xavier também acha o projeto interessante. “Vivemos em um ambiente que precisa de mais cuidados. Estou procurando levar as coisas que faço aqui para a minha casa”, revela.

Grêmio – Na Escola Estadual Ana Lins, localizada em São Miguel dos Campos, o Grêmio Estudantil Convergentes tem sido a principal ferramenta para a conscientização dos alunos. Reativado há pouco mais de um ano, ele está envolvido em ações que beneficiam os miguelenses dentro e fora dos muros da escola.

Cerca de 12 jovens atuantes ajudam a direção a coordenar as ações para os 1300 estudantes. Segundo a diretora Josimere Queiroz, os mais velhos dão o exemplo positivo aos mais jovens. “Eles dão suporte, desde a fila do almoço à organização de mutirões de limpeza, envolvendo a todos. Em 2017, eu dei a formação ao primeiro grêmio, com o material disponibilizado pela Gere [Gerência Regional de Educação]”, conta a gestora.


Paula Cristina Correia da Silva, diretora social do Grêmio Convergentes, relata que o cuidado pela escola é essencial. “Vamos levar esses cuidados para a vida toda, a escola é a nossa segunda casa, temos que cuidar dela. Não temos como ter acesso à educação de qualidade com as coisas bagunçadas”, alerta a garota.

A presidente do grêmio, Geovanna Andrade Terto, explica a importância dele para a funcionalidade da escola. “O grêmio é a voz do aluno. Criamos uma intimidade com a direção, fazendo uma ponte para facilitar a conversa entre eles e os alunos”, fala.

Bruna Gomes da Silva também participa da iniciativa. Junto a sua irmã gêmea Beatriz, elas também ajudam na mudança da realidade da comunidade onde moram. “Cada pessoa que ajudamos tem uma realidade diferente. Apesar do cansaço, quando chegamos em casa, estamos satisfeitas”, diz Beatriz.