Seduc-AM promove reunião técnica com líderes indígenas para propor melhorias

Amazonas

29.05.2019

Cerca de 100 líderes e representantes do movimento indígena do Amazonas se reuniram nesta sexta-feira (24), no auditório do CETI Gilberto Mestrinho (Avenida Leopoldo Péres, s/nº, Educandos), para avaliar e propor melhorias às políticas públicas dos Territórios Etnoeducacionais do Estado (TEEs). O encontro foi promovido pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc-AM) e contou, também, com a participação de autoridades de instituições de ensino do Amazonas.

De acordo com o secretário executivo adjunto pedagógico da Seduc-AM, professor Raimundo Barradas, a reunião com os grupos indígenas é essencial para que haja uma comunicação eficiente das pautas. “Discutir a educação escolar indígena nos TEEs é trazer as especificidades para a pauta. Precisamos entender a realidade de cada povo para construirmos juntos uma educação que realmente atenda às necessidades da educação escolar indígena”, afirmou o secretário executivo adjunto Pedagógico.

Ainda segundo Barradas, a Seduc-AM está determinada a ouvir todas as demandas do movimento indígena no Amazonas. “Esse compromisso que vamos assumir, assumiremos juntos. Estamos, aqui, em uma atitude de ‘escuta’. A partir daí, por meio do diálogo, poderemos construir um plano de ação mais alinhado”, concluiu.

Atualmente, o estado conta com sete TEEs. São eles: TEE Rio Negro, TEE Baixo Amazonas, TEE Juruá/Purus, TEE Médio Solimões, TEE Alto Solimões, TEE Vale Javari e o TEE Yanomami e Ye’kuana. Juntos, esses territórios envolvem 49 municípios do Amazonas – além do estado de Roraima.

“O mundo está muito atento à questão indígena”, lembrou o prefeito de Careiro da Várzea (município a 21 quilômetros de Manaus), Ramiro Gonçalves. De acordo com ele, a educação deve ser prioridade. “É muito importante essa aproximação da Seduc-AM com os povos e lideranças indígenas. Quando a secretaria se aproxima, é o Governo que se aproxima”, pontuou.

Ele acredita que reuniões como a desta sexta-feira ajudarão a formar um grupo que será de extrema importância na luta por melhorias na educação escolar indígena. “Nessas horas, temos que deixar nossas diferenças de lado. Somos um povo apenas, uma nação. Precisamos ter essa consciência”, finalizou.

Prioridades – Os municípios que integram os sete TEEs do Amazonas listaram algumas das prioridades dessas áreas no âmbito da educação. Dentre elas, estão: construção de escolas, formação continuada para professores indígenas e de professores em nível superior, criação das categorias de profissionais de escola indígena e melhoria do processo de ensino-aprendizagem.

Sobre os TEEs – Os Territórios Etnoeducacionais do Estado (TEEs) são áreas definidas a partir da consulta aos povos indígenas e estão relacionadas a sua mobilização política, afirmação étnica e garantia de seus territórios e de políticas específicas nas áreas da educação, conforme determina a Constituição de 1988. Dessa forma, essas áreas se tornaram imprescindíveis na efetivação do protagonismo indígena e na construção de políticas públicas educacionais.

Números – Segundo dados do Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2010), o Brasil possui uma população de 817 mil indígenas, sendo 315.180 mil em área urbana e 502.783 mil em área rural, distribuídos em 305 povos – entre os quais 55 se encontram isolados, com 274 línguas indígenas. A região Norte abriga o maior território e a maior parcela de indígenas brasileiros (45%) e o estado do Amazonas possui a maior população indígena do País.