Tecnologia na Escola: habilidade científica faz parte do dia a dia do Centro de Excelência Maria Ivanda de Carvalho Nascimento

Sergipe

09.08.2019

Por Leonado Tomaz

Todas as quintas-feiras o encontro com a ciência é certo para os alunos da eletiva de Robótica, do Centro de Excelência Professora Maria Ivanda de Carvalho Nascimento, localizado no bairro 18 do Forte, em Aracaju. Disciplina do Ensino Médio em Tempo Integral, o projeto é responsável por dezenas de protótipos que evidenciam a criatividade e o desempenho científico-tecnológico dos jovens protagonistas.

Ajusta dali, programa daqui. É esta a rotina dos estudantes durante a tarde de trabalhos no laboratório de informática da escola. Divididos em grupos, ou até mesmo individualmente, eles elaboram projetos, estudam e colocam em prática cada ideia que é pensada. Para auxiliar nas atividades, a unidade de ensino conta com uma impressora 3D, adquirida por meio de parceria com o Colégio Estadual Francisco Rosa, contemplada no edital da Embaixada dos EUA, com o valor de R$ 13 mil para a compra de quatro impressoras 3D, kits de robótica e filamentos para impressora.

Para o professor de Física, Manoel Messias Pereira Valido Filho, criatividade não falta na eletiva. Ele conta que as habilidades de cada aluno são desenvolvidas naturalmente. “Eles têm um grande potencial. Além de todo o trabalho que a gente desenvolve em sala de aula, para entender os processos científicos, eles conseguem absorver com muita facilidade o que a gente propõe e ensina. Os alunos que estão desde o começo, e que se formam este ano, já pensam em seguir nessa área de atuação e, nessa perspectiva, a eletiva é extremamente importante para o futuro profissional deles porque veio para qualificar suas habilidades”, enfatiza.

Auxiliando os colegas, o estudante Samuel Macedo Trindade Santos não para um instante. É função dele monitorar as atividades e ajudar o professor na eletiva de Robótica. O aluno do 3º ano disse que sempre gostou de tecnologia e afirma que pensa em cursar faculdade nessa área. “Quando soube desse projeto não pensei duas vezes, decidi me inscrever logo. Desde então, fui crescendo, aprendendo e ganhando mais experiência com a robótica. É um campo de trabalho que sempre me fascinou, e a cada dia tenho mais certeza de que é algo que quero fazer no futuro. Mesmo despois que me formar, pretendo retornar à escola para ajudar de alguma forma os meus amigos”, relata o monitor.

Projetos

Sirene escolar automatizada, nivelador e treina digital, cadeira de rodas automática, teclado musical digital e sistema de reconhecimento biométrico são alguns dos projetos que foram colocados em prática e que estão em fase de execução na eletiva de Robótica do Centro de Excelência Maria Ivanda.

“Nesse sentido, a gente vai trabalhando com eles em várias etapas. Conceitos de corrente elétrica, ensinar o que é resistor, o que é e como evitar um curto circuito, como programar, e aí aos poucos, a gente vai aumentando o nível de dificuldade e dando liberdade ao aluno para construir sua própria história dentro da eletiva”, explica o professor Manoel Valido.

O aluno Carlos Breno Jesus Santos deixa a timidez de lado e demonstra muito entusiasmo ao explicar quais são as atribuições técnicas do dispositivo que está desenvolvendo. Para ele, a etapa mais importante é a montagem. “É a fase que eu mais gosto porque é o momento que eu consigo para me aperfeiçoar sobre o projeto”. O estudante trabalha em um sistema de fechadura eletrônica por meio de cartão magnético.

Mulheres na Ciência

Representatividade feminina também faz parte da eletiva de Robótica. As alunas Laiza Martins Nascimento e Rayssa Santos Sátiro, ambas do 1º ano, estão trabalhando no teclado digital. Elas montam, desmontam e testam cada circuito no dispositivo. “As mulheres devem cada vez mais ocupar espaços como esse. Quando me interessei pela eletiva, um dos maiores desafios que encontrei foi vencer a concorrência, que é muito alta. Mas felizmente deu certo e estou aqui. A tecnologia sempre foi muito presente em minha vida, e a robótica permitiu que eu me aperfeiçoasse mais sobre todo esse universo”, disse a estudante Laiza Martins.

A aluna Rayssa Santos afirma que ainda não decidiu qual carreira seguir, mas adianta que pretende atuar em uma área da tecnologia. “É algo com que me identifico e tenho mais facilidade de aprender”.

Protagonismo

Segundo a gestora da unidade de ensino, professora Adriana Hora Santos, o protagonismo estudantil está cada vez mais em evidência quando se trata de tecnologia. “Aqui a gente desenvolve eletivas que contemplam diversas áreas, como a culinária, esporte, e tantas outras que evidenciam o comprometimento e desempenho dos nossos estudantes. A robótica é uma grata surpresa para nossa escola porque já começa a mostrar resultados positivos que beneficiam a própria comunidade escolar. Um desses benefícios é a sirene escolar, que hoje é totalmente automatizada e não precisa de um servidor para acioná-la. É Isso que a gente quer para os nossos jovens: que eles consigam superar os desafios e ir além dos conteúdos ensinados em sala de aula”, finaliza.

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